terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não é São Jorge que é padroeiro do Corinthians, e sim o contrário!

A história de muitos santos da igreja católica é muito controversa. Muitos deles foram assassinos, inquisidores, ladrões e em alguns casos nem existiram. O caso de São Jorge parece ser o dos que não existiram.
Certa vez, ao desfolhar as folhas de uma revista semanal de classe média, vi a entrevista de Don Evaristo Arns, que atualmente é arcebispo emérito de São Paulo. Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana.
O caso de São Jorge, Don Evaristo e o Papa Paulo VI é interessantíssima e mostra como é a seriedade dos assuntos religiosos da igreja. 
O que vou escrever aqui agora está relatado no livro "Corintiano graças a deus" de Arns.
Arns revela na entrevista na revista que lí,  e no referido livro, como "salvou" o pontificado Jorge por conta do Corinthians Paulista. A história é incrível! 
O Papa Paulo VI pretendia cassar todos os santos que não tivessem documentação que comprovassem sua existência ou fossem, no fim das contas, apenas lendas. Paulo VI cassou vários santos mundo afora, e São Jorge estava entre os santos que possivelmente não passavam de lendas.
Don Evaristo que é corintiano fanático, não gostou nada da ideia, vai ao Vaticano para tentar convencer o sumo pontífice de tamanha heresia, que seria descanonizar Jorge!
 Vejamos um trecho do bilhetinho que Arns escreveu ao Papa Paulo VI:
"“Santo Padre, nosso povo não está entendendo direito a questão. São Jorge é muito popular no Brasil. Sobretudo ante a imensa torcida do Corinthians, o clube de futebol mais popular de São Paulo”.

[Paulo VI] respondeu-me assim:
”Não podemos prejudicar nem a Inglaterra, nem o Corinthians” (Dom Paulo Evaristo Arns, CORINTIANO, GRAÇAS A DEUS, Ed Planeta, São Paulo, 2004, p. 99).
E desta forma São Jorge continuou santo, O Corinthians continuou abençoado por seu padroeiro, e Don Evaristo Arns ficou feliz por sua ação canônica. A torcida do Corinthians ficou do mesmo jeito, não sabendo ler nem nada, continuou sua devoção apaixonada por um sujeito que no fim, jamais existiu.

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