quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

GRAMPOS CLANDESTINOS PODEM COMPROMETER POLÍTICOS CARIOCAS

Uma pergunta está até agora sem resposta. Quem mandou o delegado Claudio Ferraz, que dirigia DRACO, trancar dois dias após iniciado, o inquérito sobre corrupção nas licitações da prefeitura de Rio das Ostras? Pelo visto não foi o delegado Allan Turnowski, afinal ele entrou na delegacia e previamente já tinha conhecimento que os policiais investigavam atos irregulares em diversas prefeituras do estado. Se ele, como Chefe de Polícia, não mandou o delegado Claudio Ferraz arquivar o inquérito 48 horas após aberto, quem deu a ordem? O secretário José Mariano Beltrame? Se não foi ele quem teria sido?
Hoje, como mostrei mais cedo e a coluna de Elio Gaspari confirma, existe uma gravação em áudio mostrando que houve forte interferência política nos inquéritos promovidos pela DRACO nas prefeituras. Em Brasília ouvi esta semana que Allan Turnowski fez saber a Sérgio Cabral e Jorge Picciani, através do secretário Beltrame, que se fosse preso não iria sozinho. As acusações a Allan Turnowski são gravíssimas, mas ele foi só indiciado e viajou pra fora do país. Mas não fez só isso. Deixou cópias de suas gravações clandestinas (não autorizadas pela Justiça) na mão de vários policiais integrantes da sua turma na Polícia Civil. A Polícia Federal já teve acesso e tem o dever com a sociedade de tomar providências em relação ao conteúdo das gravações. Ao contrário do que foi vendido para a opinião pública, não são policiais da DRACO que aparecem praticando extorsões e sim políticos chantageando policiais e prefeitos.
Numa dessas gravações, uma importante figura do PMDB liga para o delegado Cláudio Ferraz para pedir explicações: “Você ficou louco? Não sabe que o prefeito é do mesmo partido do governador? Quer jogar m.... no ventilador? Ou você tranca essa bosta aí logo ou quem vai rodar é você”. O delegado Claúdio Ferraz ainda tenta argumentar: “Me dê pelo menos uns dias. Vai pegar muito mal trancar um inquérito sem ouvir ninguém’. No que o poderoso político do PMDB responde: “O governador está p... com você. O prefeito está me apoiando e à reeleição dele. Eu estou te avisando pro seu bem. É melhor você me ouvir porque quando foi pra colocar você aí, eu é que fui pedir e garanti que você não ia partir pra cima do nosso pessoal. Estou só te avisando acaba logo com essa p....”.
Essa é só uma das muitas gravações que Allan Turnowski e sua turma têm a respeito de como a DRACO foi utilizada politicamente por Sérgio Cabral e seus aliados. É preciso que a Polícia Federal que já sabe de tudo dê uma resposta clara e rápida à sociedade, afinal Cláudio Ferraz acaba de ser promovido a subsecretário de Beltrame.
Quem pensa que se restringe apenas a uma prefeitura ou a uma única gravação está enganado. São muitas horas que revelam o conluio do governador e seus braços-direitos na política para acobertar diversos administradores que foram pegos gastando o dinheiro público de forma ilícita, ou seja, praticando atos de corrupção.
O piloto político dessas operações de grampo contra os prefeitos tinha um alvo preferido. Não vou dar nomes, mas quem for inteligente vai matar a charada e descobrir o “piloto” e seu alvo preferido A charadinha é essa: Um acha tudo muito lindo e o outro prefere andar a cavalo, do que de navio porque tem medo de iceberg. Quem tem conhecimento da política do Rio já sabe quem mandou fazer e quem foi o principal alvo.

                                                                               Luis Cesar Silva por email

A volta de Jorgina de Freitas e o tapa na cara do brasileiro

Brasil,...
A notícia:
Fraudadora condenada sai da cadeia durante o dia e é
nomeada assessora de
órgão público do governo do Estado do Rio!
Pasmem! Jorgina de Freitas a maior FRAUDADORA do INSS já identificada,
foi
nomeada ASSESSORA do Presidente da CEDAE, Wagner Victer. Inacreditável!
Essa
"senhora" é a maior fraudadora da Previdência Social que o Brasil já
conheceu. Trata-se da ex-procuradora do INSS, Jorgina de Freitas, que em
1992, foi condenada junto com o juiz Nestor José Nascimento e o
advogado
Ilson Escóssia por fraudes que desviaram R$ 310 milhões do INSS.
Posteriormente, Jorgina foi condenada a devolver aos cofres públicos R$
200
milhões (sobre os R$110 milhões faltantes, não se falou mais...). Ela
fugiu
do Brasil e foi presa na Costa Rica em 1997.
Agora, embora continue cumprindo a pena, Jorgina de Freitas passou ao
regime
semi-aberto, porque conseguiu um emprego. Adivinhem onde? Foi
contratada
pela CEDAE como assessora do presidente da empresa, Wagner Victer.
Acreditem se quiserem!
Vejam a nota do jornalista Claudio Humberto a respeito:
Bem, uma pergunta não quer calar. Que tipo de assessoria Jorgina de
Freitas
pode estar prestando a Wagner Victer? Bem, de água ela não entende, mas
de
fato, é inegável, passou uma boa parte da sua vida “chafurdando no
esgoto”,
desviando dinheiro dos aposentados e pensionistas deste País.
Também não podemos esquecer que, se na Secretaria de Saúde o “mar de
lama”
se espalhou, na CEDAE é um “mar de esgoto”, de tantas irregularidades
praticadas na gestão de Wagner Victer. Talvez por isso, Victer convocou
os
“prestimosos serviços” da maior fraudadora do INSS da história.
E aí Victer, não vai dizer nada? A população está aguardando suas
explicações...
OBS: sem dúvida, ela protegeu algum personagem político muito forte
e, como recompensa, está empregada.
Esse País não tem jeito !!
                                                                                                         Luis Cesar Silva

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O continente africano e sua pluralidade.

A maioria das pessoas ao ser indagada a respeito de seu conhecimento sobre o continente africano tem na cabeça uma imensidão de terras assoladas por doenças e cheia de animais selvagens, e que seu maior produto de exportação foram pessoas para o trabalho escravo nas colônias do Novo mundo. Este é o pensamento disseminado pelo senso comum e por várias ideologias racistas ao longo dos últimos séculos. Na verdade a realidade é bem diferente desta idéia. A África é o berço da civilização humana, lugar onde sociedades extremamente complexas, com desenvolvimento em várias áreas (acima até dos europeus), foram agrupadas por convenções imperialistas européias no início do século XX, fato este que provocou e provoca enormes conflitos entre os vários grupos reagrupados em busca do controle territorial e das riquezas existentes. Muitos países africanos além de serem grandes fornecedores de inúmeros minerais para a indústria européia, americana e chinesa, possuem uma enorme diversidade de costumes, línguas, construções romanos, pirâmides egípcias, tradições e aspectos múltiplos, que se misturam e se confundem deixando evidenciar suas imensas diferenças.
A verdade é que existe um passado africano ainda pouco conhecido. Poucos sabem que nos séculos XV E XVI, poderosos reinos dominavam vastas regiões do continente, e o império do Mali chegou a ser mais extenso que o império Romano. Com o passar dos tempos, e mudanças de certas ideologias, passou-se a ver este imenso continente como marginal e atrasado, assolado por povos ignorantes que vivia em pecado e que só a “verdadeira” fé poderia salvá-los. A partir daí tem início um processo de construção de um pensamento que pudesse legitimar a subjugação de um povo, ou de vários, fato  que os europeus já estavam acostumados a fazer, vide o desenvolvimento do império Romano e sua utilização do poderio militar para subjugar vários outros povos na própria Europa, que buscavam outras formas de desenvolvimento diferente da armamentista. A chegada dos europeus e do cristianismo na África trata-se da maior enfermidade que aqueles povos poderiam sofrer em toda a sua História. O legado deixado foi de tristeza e dor. “uma frase interessante, é a de um velho senhor africano relatando a chegada dos europeus e de sua religião. Ele dizia mais ou menos assim: “quando o homem branco aqui chegou, ele trouxe a sua bíblia e nos disse que ela era o instrumento de salvação de nosso povo. Naquele momento nós éramos os donos destas terras. Hoje, passadas algumas décadas, nós temos a bíblia e eles as terras”.
A visão que temos destes povos nos dias atuais é fruto destes longos anos de espoliação e que tem provocado enormes equívocos até o presente. Atualmente até a própria ciência está mudando sua visão, e à medida que o conhecimento a respeito destes povos se dissemina, o mundo começa, mesmo que vagarosamente, a pensar a África com um pouco mais de respeito. Falamos do terceiro maior continente em superfície, três vezes maior que a Europa, e com uma população três vezes maior.[1] Infelizmente em qualidade de vida e distribuição de renda estes dois continentes são bem mais distantes. Qualquer generalização a respeito deste continente cairá em erro, pois as variadas culturas abarcando religiões, mitologias, hábitos alimentares e seu passado, guardado e transmitido de forma oral por inúmeras gerações, se difere em muito. Isto nos leva a ver que as “Áfricas” são extremamente ricas em diversidades em todos os gêneros, e que esta riqueza passa aos poucos a chegar até nós, estudantes e leitores do século XXI.
Quando se fala em cartografias, falamos em diversidades, em territórios, povos e culturas. Ao analisarmos a História do continente africano nos deparamos como uma enormidade de fatos que englobam reinos e impérios vastos com acontecimentos interessantíssimos.  Para escrever este texto, fui analisar alguns livros didáticos a respeito daquilo que os mesmos possuíam sobre este conhecimento. Não me surpreendeu não encontrar praticamente nada. Algumas poucas referências ao subdesenvolvimento, a miséria e ao tráfico de escravos.
Culturas extremamente interessantes e ricas como, por exemplo, as da Região conhecida como Mali, já citada anteriormente, e os antigos Dogons que possuíam conhecimentos de astronomia superiores ao dos europeus. Brecher (1977) diz que “os Dogons possuem conhecimentos sem apoio de qualquer instrumento da ciência, e que não possuem o menor direito de saber.[2] Na região denominada de Tanzânia, “há mais de dois mil anos os Aya produziam aço em fornos que os europeus só foram capazes de utilizar no século XIX.[3] Estes exemplos são totalmente desconhecidos da grande imensidão de brasileiros, que imaginam que o conhecimento humano deriva apenas dos saberes dos povos europeus, difusores da razão, da verdadeira religião e promotores do fim da barbárie vividas pelos povos africanos e americanos. Ledo engano. Outro exemplo de sociedade com avanço em áreas da ciência, diverso dos anteriores citados, foram os povos do atual Zimbábue. Suas construções de engenharia deixaram perplexos estudiosos europeus, que tentaram atribuir aquelas construções a povos exógenos a África. Chegou-se a falar até em alienígenas! Poderia citar vários outros exemplos de avanços de engenharia e ciência, assim como de ricas práticas culturais. Estes exemplos não foram escolhidos ao acaso. Poderia falar dos povos Egípcios, construtores das enormes pirâmides que até os dias atuais intrigam vários pesquisadores. Temos a Líbia, o Marrocos, Angola, entre tantos outros.  A questão é que esta História, destes inúmeros povos, foi deixada a margem devido a necessidade de se legitimar determinados atos, que só poderiam ser praticados contra povos bárbaros. Nascimento nos diz que,
A tentativa de eliminar a África dos anais da História não dependeu apenas do preconceito acadêmico contra as fontes orais e da alegação da não existência de sistemas de escrita na África. Baseou-se também da própria definição da civilização. Para o eurocentrismo, as civilizações humanas se dividem em duas categorias: a ocidental e a oriental. Como eliminar a África como referência nesse quadro, se várias entre as primeiras civilizações do mundo (a egípcia, a núbia e a de Kusch) originaram-se lá? A solução foi retirar as civilizações clássicas africanas do continente, situando-as como civilizações orientais.[4]
Como podemos ver nestas poucas linhas, várias foram às civilizações, os acontecimentos que povoaram e ainda povoam o imenso continente africano. Entender estes povos e difundir esta cultura é um dos desafios que se colocam a nós, seres humanos deste século que apenas começa a engatinhar. A África, mesmo ainda cheia de miséria, violência e ignorância, também possui conhecimentos para séculos de estudos, e estes estão apenas começando.  
         
                                                        Alex Grijó, junho, 2010.


[1] Introdução a história da África e da cultura brasileira/coordenação de Beluce Belluci. Ucam: Rio de Janeiro, 2003.p.10.
[2] NASCIMENTO, Elisa Larkin. Sankofa: Resgate da cultura afro brasileira. Rio de Janeiro: Seafro, 1994.p.27.
[3] Idem, P27.
[4] Ibdem, p.29.

Chavez ditador. Berlusconi não?

Estava em casa na manhã do dia 24 deste janeiro fazendo o papel de babá de meu filho Otávio, e ao procurar algo interessante para assistir na TV, encontrei o programa Manhattan Connection da Globonews. Um programa de direita que apresenta algumas opiniões bem parciais a respeito daquilo que discutem.
Diogo Mainardi, um dos maiores críticos do governo e do presidente Lula, que inclusive lançou um livro chamado “Lula é minha anta” fez um comentário que confesso, me deixou confuso. Ao ser perguntado sobre a crise política italiana, em que o primeiro ministro Sílvio Berlusconi é figura central, sendo acusado de abuso de poder e prostituição de menores, deu uma resposta tanto quanto difusa daquilo que ele costuma dizer a respeito de outro político que está no poder através dos mesmos meios: Hugo Chavez.
A pergunta fora à seguinte: “Berlusconi pode ser considerado um ditador?” prontamente Mainardi disse que não, afinal ele fora eleito pelo povo italiano nos últimos vinte anos, e não se pode tirar esta parcela de culpa dos mesmos. Hugo Chavez está no poder a menos tempo que Berlusconi, e só está lá por conta de ter obtido maioria dos votos da população de seu país. Foram eleições democráticas de fato. Entre eleições e referendos populares já foram pelo menos oito vitórias de Chavez na Venezuela. Nada de golpe ou ditadura.
 Outro presidente que também foi alvo dos comentários foi o do Egito, Hosni Mubarak um aliado americano que já está no poder a quase 30 anos. O interessante é que este também não fora chamado de ditador. Obama e os presidentes americanos anteriores preferem Mubarak no Egito por que este reza em suas cartilhas. O Egito recebe um bilhão e meio em dólares anuais para ser uma base militar norte americana entre os árabes. Hosni Mubarak vence suas eleições uma após a outra com mais de 90% dos votos. Na última eleição foram exatos 99%!(fraude só na Venezuela, Cuba e Irã) Incrível! E alguns ainda acham que o Lula é um cara popular e que Fidel Castro é que é um grande ditador.
A questão é que o presidente do Egito é aliado dos norte americanos, e Saddam e Fidel, por exemplo, não. O conceito de ditador é um pouco diferente nestes casos. Se for aliado americano pode cometer crimes, burlar eleições, praticar genocídio, perpetuar-se no poder a qualquer custo. Basta interpretar o papel de lacaio americano fornecendo tudo aquilo que os mesmos estiverem precisando. Agindo desta forma será possível enriquecer ambos os lados (os lados dos líderes corruptos) sem a necessidade de invasões militares. Haverá apenas a invasão econômica depredadora da economia local e propagadora da desigualdade social.
Fato interessante noticiado recentemente foi o da descoberta de minério de ferro em grande quantidade nas montanhas do Afeganistão, que por acaso são as mesmas montanhas que os norte americanos invadiram logo após os atentados de 11 de setembro, com a justificativa de que Bin Laden estava lá, escondido em cavernas. É muita coincidência, vocês não acham?
Outro país soberano que está sob constante ameaça de sanções e invasão norte americana é o Irã. Este seria mais um país cheio de terroristas e disposto a explodir o mundo em nome de alguma guerra santa injustificável (inspetores da ONU dizem não terem encontrado vestígio de produção de armas de destruição em massa e que os iranianos estão seguindo todos os protocolos de segurança). Os iranianos seriam totalmente intolerantes e radicais. Infelizmente as informações que nos chegam na maior parte do tempo são provenientes de redes norte americanas ou inglesas (que é a mesma coisa) proporcionando uma visão parcial dos fatos. Baseado no histórico norte americano de mentiras ao longo de todo o século XX é difícil acreditar no que a maior parte da mídia nos apresenta como “verdade” a respeito do Irã.
As invasões norte americanas no oriente médio me lembram as famosas cruzadas que pretendiam libertar a terra santa dos infiéis muçulmanos. Como naquela época, as justificativas religiosas eram apenas uma desculpa que servia para encobrir os gananciosos interesses pelas riquezas locais. Naquela época o Papa era a autoridade que fornecia a mentira religiosa para os saques, estupros e assassinatos que ocorreram em larga escala. Hoje são outros fundamentalistas que fazem isto. Bob Jones, presidente da Faculdade cristã Bob Jones nos EUA, fez a seguinte declaração a respeito de outro religioso e presidente americano, George W.Bush:
Na sua reeleição deus graciosamente permitiu que os EUA -embora o país não merecesse- fossem poupados da agenda do paganismo (...) coloque a sua agenda no fogo e deixe a queimar. Você não deve nada aos liberais. Eles te desprezam por que desprezam o seu cristo. (The New York Times, Nov/2004.)
Este presidente norte americano a que se refere Bob Jones deveria ser julgado por crimes contra a humanidade, mas ele está do lado dos que atualmente podem fazer tudo sem sofrer sanção alguma. E além do mais, de acordo com o pastor Jones, cristo está do lado de Bush. Pergunto-me: quem está do lado das crianças inocentes afegãs e iraquianas a morrer por causa dos mísseis Tomahawks norte americanos?  E as crianças na África a morrer de doenças e fome? Quem estará ao seu lado, se Jesus está com os americanos do norte?  E nós? Quem estará ao nosso lado, os não norte americanos? Os que não possuem bombas de destruição em massa ou o apoio de Jesus cristo como os norte americanos? A quem devemos rezar?
Estamos vendo nos últimos dias vários conflitos explodindo em países do oriente médio e da África do norte. As manifestações são provocadas por certa insatisfação com os regimes instalados a décadas. Como já citado anteriormente, Mubarak já é ditador do Egito a trinta anos sempre apoiado pelos norte americanos. Vimos nos últimos dias Mubarak renunciar e entregar o poder aos militares. O que mudará com isto se estes militares são pertencentes a corja de Mubarak e grande beneficiados do bilhões de dólares americanos enviados anualmente ao Egito? Veremos apenas medidas provisórias, prisões de oposicionistas e pouca mudança de fato.
A primeira ministra norte americana Hilary Clinton, disse apoiar os oposicionistas no Irã e criticou o governo deste país por reprimir as manifestações com violência. Nos casos do Bahrein e o Egito ela não apoiou os oposicionistas, afinal estes não são favoráveis a sua política assassina imperialista.
Posso lhes garantir que no fim das contas, assumiram o poder nestes países pró americanos, novos governantes pró americanos, que deveram ceder a determinadas pressões, que ficarão restritas as zonas urbanas que são sempre as capazes de promover agitações em massa e com repercussão ampla. São nas cidades que se encontram as pessoas mais esclarecidas, e são estas que estão liderando as manifestações nestes países.
Esperemos o dia em que possamos ver realmente mudanças em países que possuem regimes autoritários, religiosos e conservadores, que por suas visões limitadas ao extremo, acabam restringindo pessoas e liberdades.

Antes...

O que tinha antes do “tudo”?
Na famosa fábula “Alice no país das maravilhas” em determinado momento o rei pergunta a Alice: “o que você está vendo”?”E Alice “responde:” nada”. E em seguida o rei responde: “que ótimos olhos você tem!”A questão é: o que havia antes de nada existir? Existe o nada absoluto?
 A partir da perspectiva religiosa deus cria o mundo a partir do nada. Mas e antes? Antes deste tudo. Antes de deus. Quem o criou? Ele existe desde o sempre? Sempre? Quando foi que o nada existiu? E o nada não é alguma coisa? Quem estava presente para fazer qualquer afirmação?São perguntas muito intrigantes, e que nos levam a muitos questionamentos quando paramos para refletir. A questão do surgimento do tudo, da criação do mundo, do universo, são provavelmente perguntas que morrerão sem respostas para aqueles que querem mais do que simplesmente “acreditar”. A quantidade de mitos da criação surgidas ao longo de muitos séculos nos dá uma idéia de como nossos antepassados tentaram responder a estas perguntas a partir daquilo que “acreditavam”.
Estes mitos explicativos foram narrados em muitas línguas, por vários povos, alguns que já não possuem mais relatos que tenham sobrevivido aos dias de hoje. Mas, muitos outros ainda o possuem, e em muitos deles podemos encontrar muitas semelhanças.
Na Mesopotâmia antiga, atual Iraque, a criação era descrita como “uma vitória da divindade criadora sobre o caos, sendo o caos representado por uma deidade rival, um assustador dragão aquático, um monstro das enchentes (MILES, 1995)”. 
Podemos encontrar neste fato, por exemplo, grande semelhança com o mito bíblico da criação, em que o deus judaico-cristão cria a humanidade diante de todo o caos. Gordon Childe nos diz que esse caos bíblico que acabou separando o céu e a terra, nada mais era do que uma repetição, uma cópia do ocorrido na Mesopotâmia (PINSK, 1987).  
 O mito Assírio que seria do ano 800 antes de cristo apresenta a criação do tudo a partir de um diálogo entre cinco deuses enquanto estavam sentados a conversar no céu (GLEISER, 1997, p.21). Estes deuses representavam cada um determinado elemento da natureza: ar, terra, fogo, água e o outro que era o destino. Ao se combinarem deram origem a vida.
 A tradição dos índios Hopi que viviam na América do norte falava do surgimento do “tudo” a partir do infinito, do não ser. Gleiser nos descreve este mito dizendo que “o primeiro mundo foi Tokpeda. Mas antes, ele diz, existia apenas o criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um começo ou um fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais de vida. Então ele, o infinito, concebeu o finito dizendo-lhe: eu o criei o primeiro poder e instrumento em forma humana. Eu sou seu tio. Vá adiante e perfile os vários universos em ordem para que eles possam trabalhar juntos, de acordo com meu plano (GLEISER, 1997, p 23).
Como podemos ver neste mito criacionista norte americano, nossos antepassados em todas as épocas tentaram encontrar formas para explicar o surgimento da vida e do “tudo”. A pergunta, o olhar para o céu buscando uma resposta, trata-se de algo comum independente de lugar, época ou cultura.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Bilionário Orçamento Municipal

R$ 1,3 bilhão: Câmara aprova orçamento para 2011 com 92 emendas
São exatos R$ 1.347.076.210,87. Na última sessão do ano, a Câmara Municipal de Macaé aprovou o orçamento do município para o exercício de 2011, após votação de 98 emendas, sendo seis delas - do petista Danilo Funke - rejeitadas. A sessão foi presidida pelo chefe do legislativo, Paulo Antunes (PMDB).
- Há uma grande expectativa na cidade com relação a uma provável reforma administrativa. Afirmo que nada até este momento chegou e, o que é comentado, não passa de especulação. Se houver alguma proposta, divulgaremos e faremos uma sessão extraordinária, disse Paulo Antunes.
Para deixar o processo mais ágil, as emendas foram apresentadas em blocos para votação. Paulo Antunes apresentou 10 emendas, Doutor Eduardo Cardoso (PPS), com 21 emendas, Lúcio Mauro (PT do B) e Chico Machado (PR), com quatro cada. Já a Mesa Diretora apresentou seis emendas e Júlio César de Barros (PMDB) oito, assim também como George Jardim (PMDB) e Antonio Franco (PT do B). Maxwell Vaz (PT) teve seis propostas. Paulo Paes Filho (PSDB) sugeriu três emendas e o líder do governo, Luiz Fernando (PMDB) encerrou a lista com 12 emendas.
Após aprovação por unanimidade das 92 emendas, começaram as discussões individuais do parlamentar Danilo Funke acerca das suas sete proposições. A única que foi aprovada foi referente ao repasse de R$ 1 milhão para a construção de uma Audioteca no município. As demais, ligadas à educação, foram derrubadas sob a justificativa de questões técnicas.
A emenda do petista mais polêmica foi a que estabelecia mudanças na porcentagem de verba do orçamento que pode ser manejada pelo chefe do executivo, que hoje é fixada em 50%. Funke defendeu redução para 15%, justificando priorizar metas. Porém, Luiz Fernando solicitou que a bancada governista derrubasse proposta, o que acabou acontecendo com nove votos a favor e dois contra;
- Não consigo entender esta emenda. O valor do manejo é igual para os governos estadual e federal. É uma questão que o PT aprova em todas as esferas e não há motivos para ser diferente aqui em Macaé, defendeu Luiz Fernando.
Danilo também apresentou emenda para repasse de verbas para reforma das escolas no orçamento da educação, mas também obteve êxito. “Esta é mais uma questão técnica, pois reformas são da responsabilidade da secretaria de Obras e estas questões já estão incluídas. Vale lembrar que a cidade investe mais na educação do que o estabelecido por lei, como também faz na saúde, acrescentou o líder do governo.
Ao encerrar sessão, o chefe do legislativo deixou felicitações aos público presente. “Que todos tenham um feliz natal e que 2011 seja um grande ano para Macaé. Esta casa estará trabalhando para isso”, finalizou.
Confira declarações dos parlamentares:
Doutor Eduardo Cardoso: “Quanto à emenda do vereador Danilo Funke apresentada para destinar verba para reequipar o HPM, meu voto é contra, pois já há compromisso firmado com o prefeito Riverton Mussi (PMDB) para solucionar esta questão já no início do ano”.
Antonio Franco: “O orçamento é uma peça resultante de bastante trabalho. Cada secretário levantou a sua necessidade e a secretaria de Planejamento é quem encaminha para esta casa todo o projeto. Por isso, devemos ter cautela com as emendas que são apresentadas“.
Maxwell Vaz: “Quero ressaltar a importância da participação da cidade neste ano. Foram mais de 200 reuniões para tratar do orçamento participativo, que representará 5% dos recursos em 2011. Essa é uma vitória de todos”.
Júlio César de Barros: “Agora é torcer para que tudo seja concretizado, pois os macaenses, principalmente os que moram nos bairros carentes, estão ansiosos para verem obras e serviços do governo.Estaremos fiscalizando e cobrando o que votado hoje”.