terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não é São Jorge que é padroeiro do Corinthians, e sim o contrário!

A história de muitos santos da igreja católica é muito controversa. Muitos deles foram assassinos, inquisidores, ladrões e em alguns casos nem existiram. O caso de São Jorge parece ser o dos que não existiram.
Certa vez, ao desfolhar as folhas de uma revista semanal de classe média, vi a entrevista de Don Evaristo Arns, que atualmente é arcebispo emérito de São Paulo. Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana.
O caso de São Jorge, Don Evaristo e o Papa Paulo VI é interessantíssima e mostra como é a seriedade dos assuntos religiosos da igreja. 
O que vou escrever aqui agora está relatado no livro "Corintiano graças a deus" de Arns.
Arns revela na entrevista na revista que lí,  e no referido livro, como "salvou" o pontificado Jorge por conta do Corinthians Paulista. A história é incrível! 
O Papa Paulo VI pretendia cassar todos os santos que não tivessem documentação que comprovassem sua existência ou fossem, no fim das contas, apenas lendas. Paulo VI cassou vários santos mundo afora, e São Jorge estava entre os santos que possivelmente não passavam de lendas.
Don Evaristo que é corintiano fanático, não gostou nada da ideia, vai ao Vaticano para tentar convencer o sumo pontífice de tamanha heresia, que seria descanonizar Jorge!
 Vejamos um trecho do bilhetinho que Arns escreveu ao Papa Paulo VI:
"“Santo Padre, nosso povo não está entendendo direito a questão. São Jorge é muito popular no Brasil. Sobretudo ante a imensa torcida do Corinthians, o clube de futebol mais popular de São Paulo”.

[Paulo VI] respondeu-me assim:
”Não podemos prejudicar nem a Inglaterra, nem o Corinthians” (Dom Paulo Evaristo Arns, CORINTIANO, GRAÇAS A DEUS, Ed Planeta, São Paulo, 2004, p. 99).
E desta forma São Jorge continuou santo, O Corinthians continuou abençoado por seu padroeiro, e Don Evaristo Arns ficou feliz por sua ação canônica. A torcida do Corinthians ficou do mesmo jeito, não sabendo ler nem nada, continuou sua devoção apaixonada por um sujeito que no fim, jamais existiu.

Preso o urbanista contratado para cuidar do futuro de Macaé...

A atual administração da prefeitura de Macaé vai enfrentar um pequeno problema nos próximos dias, já que Jaime Lerner foi condenado a prisão por corrupção na época em que era governador do Paraná. O projeto planejando Macaé lançado a menos de um mês no dia 28 de julho conta com a assinatura deste político que é arquiteto e urbanista. O tal projeto dizia que iria planejar Macaé para os próximos 20 anos. Mas se Lerner ficar preso( o que sabemos ser muito difícil, já que cadeia no Brasil é para pobres) as obras irão atrasar. Esta cidade tão rica em material humano, petróleo, atributos naturais e turísticos não merecia pessoas mais competentes para administrá-la? Nos últimos oito anos o que se viu em Macaé foram contas atrasadas, prédios públicos caindo, escolas fechadas, pagamentos de funcionários atrasados,veículos parados por falta de combustível, e contratação ilegal de pessoas que vira e mexe tiveram de ser dispensados por alguma ordem judicial. Agora é um político que vinha respondendo na justiça por má administração do dinheiro público contratado para cuidar do futuro da cidade. Parece piada mas é muito sério. O triste é saber que os jornais desta cidade não se manifestam a respeito disto.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011


       A igreja católica, a escravidão no Brasil e a rebeldia do negro

Na história de nosso país, temos o espectro da escravidão como fato marcante em seu trajeto, carro chefe de suas estruturas de desenvolvimento econômico e social, afinal foi em torno de 350 anos percorridos neste regime desumano que o Brasil se desenvolveu. A transferência forçada de africanos para nosso continente ocorreu indiscriminadamente. O número de pessoas escravizadas transferidas para a América ficou em torno de 15 milhões. Número este assustador, mas que se levado em conta que para cada pessoa que aqui chegava, segundo alguns especialistas, um número maior morria nos conflitos e caçadas na África, podemos imaginar que a coisa fora muito pior.
         A escravidão moderna que perdurou por estes longos séculos teve vários instrumentos de legitimação. O principal deles, o ideológico, tinha como agente propagador a igreja católica, que através de seus representantes procurava legitimar e definir os meios de manutenção do sistema. A expansão ultramarina dos séculos XVI e XVII possuia como um de seus motivos a propagação da fé cristã, que declarava justa, por parte da igreja, a subordinação dos Mouros e demais pagãos a escravidão perpétua.
         Entre os religiosos que se dedicaram ao trabalho de doutrinar a respeito da escravidão, apresentando justificativas morais cristãs para o suplício dos africanos, alguns se destacam.  "No final do século XVII, um jesuíta italiano residente na Bahia pregou aos senhores um longo sermão sobre as obrigações dos senhores para com seus escravos. O texto foi publicado em 1705 com um título diferente;” Economia cristã dos senhores no governo dos escravos". Este texto apresentava aos senhores as formas mais corretas para lidarem com seus servos de modo a não exagerarem nos castigos, não se embrutecendo demais, e nem acabando por desagradar a deus. O referido religioso chamava-se Jorge Benci, e descrevia da seguinte forma o que devia ser ofertado aos escravos para que se mantivessem mansos e obedientes. "O que os senhores devem dar aos escravos resume-se na seguinte fórmula: pão, disciplina e trabalho. O mesmo religioso procura descrever com certa minuciosidade o porquê de tais argumentos. O mesmo dizia que o castigo era para que não errassem em suas obrigações, e trabalho para que merecessem o sustento e para que não se tornassem insolentes perante seu senhor, e principalmente perante Deus.
          O famoso padre jesuíta André João Antonil, escreveu alguns anos mais tarde, que: “Costumam dizer que no Brasil para os escravos são necessários três Ps: Pão, pau e pano. Para este padre os escravos eram de fato as mãos e os pés do senhor, e para que tudo funcionasse bem era necessário que fossem vestidos, alimentados e castigados.
Outro padre, Manoel Ribeiro Rocha escrevera em 1758 que aos escravos deviam ser dados sustento, correção e instrução. A instrução serviria para que o escravo conhecesse a fé cristã. A correção seria para que os possuidores destes cativos pudessem através deste corrigir os seus erros. "Por que se o escravo for de boa índole, poucas vezes errará e para a emenda deles bastará a repreensão; mas se for protervo, ou travesso, continuadamente obrará mal, e será necessário para o corrigir que a repreensão vá acompanhada e auxiliada com o castigo."
 Padre Antônio Vieira (1608-1697), considerado o mais eminente de todos os padres que aqui aportaram, ensinava que os escravizados eram filhos do calvário, e seu sofrimento se assemelhava aos do próprio cristo crucificado. Joel Rufino dos Santos descreve em Nação Quilombo que Vieira pregou em certo domingo de 1633, que “não há trabalho, nem gênero de vida mais parecido á cruz e a paixão de cristo, que o vosso em um destes engenhos. Bem aventurados vós se souberes conhecer a fortuna do vosso estado, e com conformidade e imitação de tão alta e divina semelhança aproveitar e santificar o trabalho”. (sermão décimo quarto de 1633).
         Vemos aqui que a violência era algo estrutural, legitimada pela igreja que era a detentora das ideologias da época. As correntes contemporâneas que defenderam a ideia de uma escravidão paternalista, em que a violência não tenha ocorrido em demasia não podem ter tido acesso a estes documentos, ou se o tiveram, agiram de má fé, já que fica claro que tais textos só foram publicados devido a uma violência excessiva para com o negro. Outros textos não utilizados aqui demonstram maiores atrocidades por parte dos senhores. Inúmeras foram às cartas e leis escritas e editadas no período colonial que retratavam a violência e a busca de meios para conter a insurgência dos escravos, que se organizavam e provocavam medo na boa sociedade. Um exemplo destas cartas foi à escrita no ano de 1814 e encaminhada pelo corpo do comércio de Salvador na Bahia, ao príncipe regente D.João VI que assim dizia:
É notório que há três ou quatro anos os negros tentam rebelar-se e matar todos os brancos, e tendo nos anos anteriores feito duas investidas, agora no amanhecer do dia 28 de fevereiro, em distância somente de uma légua desta cidade, deram a terceira com muito mais estragos e ousadia que as outras. Estes ensaios , senhor, bem prognosticam que chegará ( a não ser que se tomem medidas mui sérias) um dia em que eles de todo acertem e realizem inteiramente o seu projeto, sendo nós as vítimas de sua rebelião e tirania.”( GOMES,2010, pp.249).
O autor do referido texto foi José Antônio de Miranda que dizia ainda que “os escravos são sempre inimigos naturais de seus senhores e que devem ser contidos pela força e pela violência.” (GOMES, 2010, pp.250).
Em outro documento do ano de 1823 uma senhora dona de escravos na Bahia escrevera ao marido a respeito de petições escravas enviadas a corte portuguesa requerendo nada mais do que sua liberdade. O texto dizia o seguinte:
A crioulada de cachoeira fez requerimentos para serem livres. Em outras palavras, os escravos negros nascidos no Brasil ousavam pedir, organizadamente liberdade!(...) Estão tolos, mas a chicote tratam-se... (GOMES, 2010, pp250).
É possível constatar que bem antes das lutas abolicionistas os escravizados já se organizavam em busca de seus ideais de liberdade. Existem documentos que relatam lutas séculos antes das referidas aqui. No referido período, início do século 19 começava a haver um debate em torno do fim do tráfico de escravos e muitos grupos de escravizados se articularam em torno deste ideal.
O fim do tráfico negreiro e da escravidão conseqüentemente era algo inimaginável para os senhores da época. Raro era encontrar alguém que se opusesse ao regime e o visse com indiferença. Entre os vários acordos assinados entre D.Pedro I e o governo da Inglaterra, há um 1826 que previa o fim do tráfico negreiro. Este não fora o primeiro que prometera isto. Tal acordo suscitou enormes críticas dos escravocratas e seus representantes parlamentares. Um deles, o deputado goiano Raimundo José da Cunha Matos disse justificando que “os cristãos que compravam escravos estavam na verdade livrando-os de algum mal maior na África”. Suas palavras eram praticamente um consenso entre seus pares.
Podemos ver nas citações de documentos acima que havia enraizado na mente da sociedade da época a necessidade da mão de obra escrava para movimentar a economia. Vemos também que escravizados não estiveram passivos e nem que fora um cativeiro brando e paternalista.
Acreditar em uma atitude passiva e totalmente desorganizada por parte dos escravos em sua totalidade, e benevolente e paternalista por parte dos senhores é desconhecer o cotidiano do período da escravidão brasileira. Embates aconteceram de diversas formas, e quando atentavam contra a vida de seus senhores, estes escravizados nada mais faziam do que buscar resguardar suas próprias vidas. Muitos outros acontecimentos organizados foram protagonizados pelos escravizados, que mesmo que lentamente, ajudaram a sua maneira a desorganizar e ou modificar as estruturas do sistema colonial brasileiro. Estas lutas continuam até os dias de hoje, visto que, de certa forma a “liberdade” trouxe poucos benefícios e nenhuma igualdade social para os ex-escravos e seus filhos.
                                                                                                  Alex Grijó.

terça-feira, 16 de agosto de 2011


Crise na Europa, 11 de setembro e corrupção no governo Dilma...
A Europa e particularmente a Inglaterra estão passando por problemas sociais sérios há um bom tempo. Imagens de carros pegando fogo, pessoas depredando lojas e atirando paus e pedras contra policiais não é novidade. O que também não é novidade é tipo de pessoa presente nas manifestações. Atos de violência que ocorreram na França há um pouco mais de tempo, foram protagonizados por negros e asiáticos descendentes daqueles que em outras épocas para lá migraram forçadamente. Diogo Mainardi, colunista de uma revista semanal no Brasil disse no programa Manhattan Connection que não passam de “vagabundos”, que se tivessem um emprego oferecido fugiriam mais do que da polícia. É muito fácil dizer isso quando se mora em Veneza, está com os bolsos cheios de dinheiro e se é branco. Por que sendo pobre, negro ou asiático, em um continente de maioria branca, onde o nazifascismo é uma realidade, e que assim como no Brasil, possuem favelas (melhores que as nossas) em que a maioria dos habitantes está desempregada e é negra, acredito que o senhor jornalista pensaria diferente.
Às vezes me assusto com as posições dos formadores de opinião da direita. Insultam minha inteligência com idéias toscas, acreditando estar falando para bestas. Tenho certeza que são atores e não jornalistas, que ao saírem do ar deixam de lado um personagem tirano ao tirarem suas mascaras de vampiros...
É sabido que a objetividade da notícia nunca é imparcial.  Segundo Marialva Barbosa está é uma falácia. A mesma diz que “ao selecionar, hierarquizar e priorizar a informação, dentro de critérios subjetivos ligados a interesses nem sempre condizentes com os de seus leitores, o que o jornalismo está fazendo é uma reconstrução do presente”. No caso de determinados jornalistas, estes pretendem reconstruir “realidades irreais” escondendo fatos e mesmo mentindo. Infelizmente este é o caso de muitos de nossos jornalistas. Marcondes Filho completa dizendo que “nem sempre um conglomerado jornalístico fala sozinho. Ele é ao mesmo tempo a voz de outros conglomerados econômicos ou grupos políticos que querem dar ás suas opiniões subjetivas e particularistas o foro de objetividade.
Caso interessante é o de uma propaganda político partidária que está sendo veiculada nos últimos dias na TV, em que um jovem de periferia diz:” só por que sou pobre, acham que tenho de ser de esquerda”. Mas isso não é verdade. Eu posso ser de direita, ou algo parecido com isto. Veja se ai um claro caso de manipulação e de uma opinião de um grupo social que quer dar a esta opinião um sentido de objetividade. Em um país em que a maioria das pessoas não se lembra em que votou para senador ( por exemplo), quem é que sabe o que é direita ou esquerda em se tratando de política?
É claro que o pobre pode ser da direita. Claro que pode e deve ficar ao lado dos ricos e poderosos. Ao lado dos fazendeiros e latifundiários. Participar de banquetes e concorrer a cargos eletivos neste país amplamente democrático. Claro que o pobre deve estar dentro do partido que defende os interesses dos ricos. Quem sabe assim, os ricos não defendam também seus interesses...
O medo do terror
Mudando de assunto, surge a pergunta: Quem está com medo do terror? Os norte americanos é a resposta correta. Entre estes, 8 de cada 10 acreditam que logo sofrerão outro atentado terrorista, e provavelmente islâmico. Pelo menos é isto o que diz a revista americana Time em artigo recente. Estamos muito próximo dos 10 anos dos ocorridos em 11 de setembro em Nova York. Se levarmos em conta os acontecimentos globais, eles estão certos; veja-se o caso da Noruega e seu terrorista cristão.
Este dado de medo é uma prova de como a política ideológica americana do terror realmente funciona. Joga-se a culpa dos problemas para outras pessoas, para outros lugares. Para outros terroristas. Nos Estados Unidos pelo menos 20 milhões de pessoas vivem na miséria e morrem por conta disto. Seus bancos estão quebrando por conta de farras administrativas dos banqueiros de Wall Street, e para aplacar a crise financeira se usa o dinheiro público e notícias fantasiosas de terrorismo mundo afora para que as pessoas tenham mais problemas para se pensar, que não seja apenas como está sendo gasto o dinheiro americano. Dizem que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Este ditado cabe perfeitamente para a política externa norte americana. Bombardeio no Líbano, no Afeganistão, no Iraque, na Coréia, no Panamá, Honduras, Chile e Brasil (isso mesmo) podem, mas lá...
 Voltando nossos olhos para a terra tupiniquim, a lei de diretrizes orçamentárias para o ano de 2012 foi aprovada pela presidenta Dilma com 32 vetos. Um dos principais pontos é o corte de gastos por conta das crises econômicas que tem se alastrado pelo mundo. O Brasil é um país que costuma esbanjar dinheiro. O momento atual é de arrocho de contas e do jeito que nossos políticos agem...
Tomara que cortem os gastos nas estradas e nos bolsos dos que administram este dinheiro no ministério dos transportes...
Senadores têm mostrado apoio à presidenta Dilma, e acabaram por lançar uma frente contra a corrupção e a impunidade... Dizem estar satisfeitos com as demissões feitas pelo governo e aguardam a liberação de determinadas emendas e recursos financeiros para novos posicionamentos(?)... Das mais de trinta pessoas presas por corrupção no governo Dilma em vários setores, todos já estão soltos. E até agora ninguém fala em devolução de dinheiro. A presidenta prega combate ao crime organizado, mas sem excessos. Mas será que um de nossos problemas não seriam a falta de excessos?
E quando se fala em combate ao crime organizado, veja-se o caso da juíza Patrícia Acioli assassinada semana passada. Ela havia prendido dezenas de policiais no Rio de Janeiro. Tinha uma postura séria e dura contra o crime organizado e atuava com vigor. Será que a mesma confundiu vigor com excessos, e seria disto que a presidenta estaria falando?
O ministro Sérgio Passos esteve hoje prestando declarações a respeito das possíveis irregularidades no ministério dos transportes. Segundo o mesmo não há irregularidades em seu ministério, e não há nenhuma necessidade de se instaurar CPI, nem lá e nem em nenhum ministério (?). Quer dizer, não há nada de errado e nem um ato de corrupção na política brasileira! De certa forma, concordo com o mesmo. Preferia uma investigação da polícia federal, que afinal tem se mostrado muito mais competente em matéria de averiguação de irregularidades neste país. CPIs geralmente tem terminado em pizzas.   O ministro teve de explicar de onde saíram 16 bilhões de reais em obras que não constavam da lei de diretrizes e bases e nem do orçamento da união, e que só foram feitas no período de eleições. De onde saiu esse dinheiro? E para onde foi o mesmo?  Em um país carente de estrutura em todas as áreas, cheio de pobreza, com aposentados ganhando 545.00 reais por mês, como acreditar que não irregularidades? Vendo o estado de boa parte das estradas brasileiras, e sabendo que aumentos mais elevados para os aposentados foram vetados por que está se gastando demais em obras em estradas públicas, como acreditar que está tudo correndo dentro da mais perfeita regularidade?   
Aguardemos o desenrolar dos casos de corrupção no governo, do assassinato da juíza, e dos bombardeios da OTAN na Líbia, que também podem ser chamados de terroristas, pois afinal, não faltam escolas com crianças sendo bombardeadas...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quanto custa um estádio de futebol?
Estava eu esta semana assistindo a um programa de jornalismo esportivo em que o jornalista Gerd Venzel da ESPN, que comenta as partidas do campeonato de futebol alemão falava a respeito de um encontro que teve com o presidente da Bundesliga, que é a liga de futebol da Alemanha.  Nesta conversa, segundo Venzel, o mesmo perguntou ao presidente da liga alemã a respeito dos custos e da qualidade dos estádios daquele país. A qualidade e conforto são vistos a olho nu por qualquer um que vê um jogo de futebol desta liga, ou que vai a aqueles estádios. Já os custos, imaginamos apenas que sejam elevados.  
De acordo com o presidente e Venzel, o custo final de um estádio moderno, de primeiro mundo, fica em torno de 140 milhões de reais, com todo o conforto e estrutura para abrigar torcedores extremamente exigentes, que tem toda a razão baseada no preço dos ingressos. Este valor é bem alto, mas se compararmos com os preços de nossas construções, é uma verdadeira pechincha. O custo da reforma do Maracanã, por exemplo, que deverá abrigar a final da copa do mundo de 2014, não ficará por menos de 900 milhões de reais! Mais de seis vezes o valor de um estádio de primeiro mundo na Europa! E tem mais. O presidente da liga alemã disse possuir logística empresarial, disse estar preparado para levar este serviço para várias partes do mundo (inclusive o Brasil!) pelos “módicos” valores gastos em seu país.
Não adianta perguntar por que nossos políticos e empresários não vêem isso; por que não contratam este tipo de serviço. As respostas serão sempre as mesmas. Fica apenas a constatação de quanto somos infelizes, de quanto somos roubados naquilo que mais nos ilude, do quão caro é uma arena de circo em que os palhaços não estão no picadeiro, mas sim na arquibancada. Esperemos as novas surpresas que irão surgir nos próximos anos em que a construção dos estádios para a copa de 2014 irá se desenrolar. Esperemos os escândalos e atrasos, além dos reforços orçamentários para terminar aquilo que nem devi ter começado...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O terror da extrema direita e o medo das mudanças revolucionárias...
O mundo encontra-se em choque após mais um grande ato terrorista, mas desta vez com certo constrangimento por parte dos democratas cristãos de todo o mundo; o assassino da Noruega é de extrema direita, um cristão ortodoxo, que detesta o islã, o comunismo e o marxismo. Em muitos dos outros atentados terroristas ocorridos ao redor do mundo, em que os acusados são sempre os fundamentalistas islâmicos, a mídia não se cansa de noticiar nomes de grupos extremistas orientais como a AL kaida de Osama Bin Laden. Desta vez o rapaz não tem nenhuma vinculação com o islã, muito pelo contrário, detesta-o.
Fazendo uma análise da atuação do norueguês e comparando-a com alguns outros atos terroristas ocorridos recentemente, veremos incríveis similaridades com ocorridos nos Estados Unidos, em Columbine, e em uma escola no Rio de Janeiro.
Terroristas armados que por motivos bestiais promovem a morte de jovens inocentes existem em todos os lugares e por vários motivos, e na maioria dos casos, possuem motivos políticos, raciais e religiosos. Nestes dois últimos casos ambos eram religiosos. Neste caso não havia como fazer nenhuma ligação com grupos islâmicos. Não há como fantasiar ou inventar supostas gravações ou imagens de Bin Laden “assumindo” os atentados. O terrorista norueguês tinha contato com grupos evangélicos norte americanos ligados entre outros ao conhecido movimento “tea party”, que apóiam a ex pré candidata a presidência da república Sarah Pailing, que teve de deixar a corrida presidencial por acusações de corrupção.  Entre as ideologias dos grupos a que Anders Breivk estava ligado, se encontram idéias xenófobas e racistas contra principalmente muçulmanos e negros.
A Europa vive atualmente sérios problemas com relação aos imigrantes (e entre estes se encontram os brasileiros, apontados como os estrangeiros mais rejeitados ao desembarcarem na Europa no ano de 2010). A extrema direita cresce a passos largos no velho mundo, e com ela a intolerância ao diferente. Há que se lembrar que na extrema direita se encontram vinculados os grupos neonazistas e neofascistas que entre outras coisas acreditam na superioridade racial, que na primeira metade do século passado provocou a morte de milhões de pessoas diferentes durante a segunda guerra mundial. Estas pessoas que não são bem vindas hoje na Europa são as mesmas que até a década de 1970 eram requisitadas para executar os serviços que determinados europeus não pretendiam fazer. Veja o caso de imigrantes turcos que deixaram sua terra natal para prosseguir para a Alemanha nos anos 70 incentivados pelo governo alemão para ocuparem os sub empregos, e que hoje são mal vistos e indesejados.
Um caso interessante se dá com algumas personalidades destes países. Um exemplo é o do astro do futebol “europeu” Zinedine Zidane, que está entre os maiores jogadores franceses de todos os tempos e que descende de pais argelinos, e que por isso possui uma identidade de cidadão de segunda categoria, por não ser um legítimo francês. A seleção de futebol deste país enfrenta boa margem de rejeição por contar com um número excessivo de pessoas “inferiores”.
Sabe-se que as nações, assim como a raça e os povos são um mito, uma criação do século XIX, e que, por exemplo, na França até o início do século XX, menos da metade dos “franceses” falava o idioma Francês. Isto se deu com italianos, alemães e holandeses. Pessoas de origens diversas tiveram de ser “transformadas” em franceses ou alemães, e em muitos casos vários franceses foram transformados em alemães e vice versa. Dentro da Alemanha povos antigos sem identificação nenhuma, sem vínculo algum foram colocados dentro do mesmo “saco” e transformados em uma “homogeneidade”. As nações e povos que conhecemos hoje, nada mais são do que apenas um mito, uma invenção moderna do século XIX. Recriminar pessoas de origens distintas é recriminar a nós mesmos, os nossos antepassados...
O atentado ocorrido na Noruega está a pouco mais de um mês das “comemorações” dos atentados de 11 de setembro ocorridos no Chile e nos Estados Unidos. No Chile foi no ano de 1964 quando Augusto Pinochet deu um golpe militar apoiado pela CIA e bombardeou o palácio presidencial acabando por matar o presidente Salvador Allende, que fora eleito pelo voto popular. Allende não era cristão, ao contrário de Pinochet, que mesmo tendo matado milhares de pessoas, chegou a receber o título junto de sua esposa, de casal cristão “exemplar”.  Allende tinha idéias contrárias aos americanos, falava de reforma agrária, diminuição da pobreza, melhor distribuição de renda e outras coisas que assustam os fundamentalistas da democracia...
Muitas pessoas não conseguem entender como funciona a direita no que tange a defesa de seu status quo. Para a manutenção de suas conquistas promovem tanto o terror quanto a difamação pública daqueles que ousem desafiar ou questionar seu modelo de desenvolvimento, apresentando outro modelo que coloque o seu em risco. Dificilmente veremos um representante da direita assumir com certa clareza dos fatos que regimes socialistas e ou comunistas podem ser mais eficientes e menos desiguais. Veja-se o caso de Cuba e sua revolução ocorrida no ano de 1959, em que um regime corrupto de lacaios norte americanos foi expurgado do poder para dar lugar a homens que buscaram promover mudanças significativas para a vida da imensa população que vivia as margens da dignidade. A respeito desta revolução há uma carta interessantíssima escrita pelo embaixador da Grã Bretanha á época em “La Havana to Earl of Home”, página 8, e reproduzida em “A vida em vermelho”, página 281 do escritor Jorge Castañeda, que demonstra com clareza a que se trata uma revolução que pretendia contrariar os interesses de sua pátria. Leia e reflita;
Como nossas vidas se tornaram menos prazerosas, os diplomatas ocidentais, tendemos a esquecer como a revolução favoreceu esse setor (os pobres, os negros, os menores de25 anos e os assalariados). Nossos contatos se restringem á alta classe média contra revolucionária, logicamente ressentida. Não vemos o entusiasmo dos camponeses que vivem em suas novas colônias, da classe operária que freqüenta pela primeira vez os antigos clubes de luxo e as novas praias públicas, com seus filhos usufruindo dos parques incrivelmente equipados. Ainda mais importante é a reação natural dos jovens, quase todos humildes, que respondem aos chamamentos para trabalharem por um futuro melhor e por uma causa que acreditam ser justa. Não podemos avaliar a força dessas emoções, de suas convicções e de sua lealdade.
Já no outro 11 de setembro, o de Nova York, existem várias afirmações a respeito da participação do governo americano nos atentados. Afinal, até o momento não há provas da participação de Bin Laden. Já a respeito da participação da CIA...
Os atentados de Nova York que acabaram por dar início a guerra no Afeganistão e Iraque, e são alvos de inúmeros estudos e documentários, que em muitos casos mostram inúmeros engenheiros afirmando ser impossível prédios como as torres gêmeas serem derrubadas “apenas” pelo impacto de aviões, e tendo sua queda no formato de uma implosão, que segundo eles só poderia ocorrer se promovida por dinamite colocada na base do prédio.
Aguardemos os próximos atentados, que infelizmente não deixaram de ocorrer por inúmeros fatores, e por inúmeros agentes que não serão apenas orientais, mas brasileiros, noruegueses, espanhóis, gregos, e principalmente, norte americanos...