quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O terror da extrema direita e o medo das mudanças revolucionárias...
O mundo encontra-se em choque após mais um grande ato terrorista, mas desta vez com certo constrangimento por parte dos democratas cristãos de todo o mundo; o assassino da Noruega é de extrema direita, um cristão ortodoxo, que detesta o islã, o comunismo e o marxismo. Em muitos dos outros atentados terroristas ocorridos ao redor do mundo, em que os acusados são sempre os fundamentalistas islâmicos, a mídia não se cansa de noticiar nomes de grupos extremistas orientais como a AL kaida de Osama Bin Laden. Desta vez o rapaz não tem nenhuma vinculação com o islã, muito pelo contrário, detesta-o.
Fazendo uma análise da atuação do norueguês e comparando-a com alguns outros atos terroristas ocorridos recentemente, veremos incríveis similaridades com ocorridos nos Estados Unidos, em Columbine, e em uma escola no Rio de Janeiro.
Terroristas armados que por motivos bestiais promovem a morte de jovens inocentes existem em todos os lugares e por vários motivos, e na maioria dos casos, possuem motivos políticos, raciais e religiosos. Nestes dois últimos casos ambos eram religiosos. Neste caso não havia como fazer nenhuma ligação com grupos islâmicos. Não há como fantasiar ou inventar supostas gravações ou imagens de Bin Laden “assumindo” os atentados. O terrorista norueguês tinha contato com grupos evangélicos norte americanos ligados entre outros ao conhecido movimento “tea party”, que apóiam a ex pré candidata a presidência da república Sarah Pailing, que teve de deixar a corrida presidencial por acusações de corrupção.  Entre as ideologias dos grupos a que Anders Breivk estava ligado, se encontram idéias xenófobas e racistas contra principalmente muçulmanos e negros.
A Europa vive atualmente sérios problemas com relação aos imigrantes (e entre estes se encontram os brasileiros, apontados como os estrangeiros mais rejeitados ao desembarcarem na Europa no ano de 2010). A extrema direita cresce a passos largos no velho mundo, e com ela a intolerância ao diferente. Há que se lembrar que na extrema direita se encontram vinculados os grupos neonazistas e neofascistas que entre outras coisas acreditam na superioridade racial, que na primeira metade do século passado provocou a morte de milhões de pessoas diferentes durante a segunda guerra mundial. Estas pessoas que não são bem vindas hoje na Europa são as mesmas que até a década de 1970 eram requisitadas para executar os serviços que determinados europeus não pretendiam fazer. Veja o caso de imigrantes turcos que deixaram sua terra natal para prosseguir para a Alemanha nos anos 70 incentivados pelo governo alemão para ocuparem os sub empregos, e que hoje são mal vistos e indesejados.
Um caso interessante se dá com algumas personalidades destes países. Um exemplo é o do astro do futebol “europeu” Zinedine Zidane, que está entre os maiores jogadores franceses de todos os tempos e que descende de pais argelinos, e que por isso possui uma identidade de cidadão de segunda categoria, por não ser um legítimo francês. A seleção de futebol deste país enfrenta boa margem de rejeição por contar com um número excessivo de pessoas “inferiores”.
Sabe-se que as nações, assim como a raça e os povos são um mito, uma criação do século XIX, e que, por exemplo, na França até o início do século XX, menos da metade dos “franceses” falava o idioma Francês. Isto se deu com italianos, alemães e holandeses. Pessoas de origens diversas tiveram de ser “transformadas” em franceses ou alemães, e em muitos casos vários franceses foram transformados em alemães e vice versa. Dentro da Alemanha povos antigos sem identificação nenhuma, sem vínculo algum foram colocados dentro do mesmo “saco” e transformados em uma “homogeneidade”. As nações e povos que conhecemos hoje, nada mais são do que apenas um mito, uma invenção moderna do século XIX. Recriminar pessoas de origens distintas é recriminar a nós mesmos, os nossos antepassados...
O atentado ocorrido na Noruega está a pouco mais de um mês das “comemorações” dos atentados de 11 de setembro ocorridos no Chile e nos Estados Unidos. No Chile foi no ano de 1964 quando Augusto Pinochet deu um golpe militar apoiado pela CIA e bombardeou o palácio presidencial acabando por matar o presidente Salvador Allende, que fora eleito pelo voto popular. Allende não era cristão, ao contrário de Pinochet, que mesmo tendo matado milhares de pessoas, chegou a receber o título junto de sua esposa, de casal cristão “exemplar”.  Allende tinha idéias contrárias aos americanos, falava de reforma agrária, diminuição da pobreza, melhor distribuição de renda e outras coisas que assustam os fundamentalistas da democracia...
Muitas pessoas não conseguem entender como funciona a direita no que tange a defesa de seu status quo. Para a manutenção de suas conquistas promovem tanto o terror quanto a difamação pública daqueles que ousem desafiar ou questionar seu modelo de desenvolvimento, apresentando outro modelo que coloque o seu em risco. Dificilmente veremos um representante da direita assumir com certa clareza dos fatos que regimes socialistas e ou comunistas podem ser mais eficientes e menos desiguais. Veja-se o caso de Cuba e sua revolução ocorrida no ano de 1959, em que um regime corrupto de lacaios norte americanos foi expurgado do poder para dar lugar a homens que buscaram promover mudanças significativas para a vida da imensa população que vivia as margens da dignidade. A respeito desta revolução há uma carta interessantíssima escrita pelo embaixador da Grã Bretanha á época em “La Havana to Earl of Home”, página 8, e reproduzida em “A vida em vermelho”, página 281 do escritor Jorge Castañeda, que demonstra com clareza a que se trata uma revolução que pretendia contrariar os interesses de sua pátria. Leia e reflita;
Como nossas vidas se tornaram menos prazerosas, os diplomatas ocidentais, tendemos a esquecer como a revolução favoreceu esse setor (os pobres, os negros, os menores de25 anos e os assalariados). Nossos contatos se restringem á alta classe média contra revolucionária, logicamente ressentida. Não vemos o entusiasmo dos camponeses que vivem em suas novas colônias, da classe operária que freqüenta pela primeira vez os antigos clubes de luxo e as novas praias públicas, com seus filhos usufruindo dos parques incrivelmente equipados. Ainda mais importante é a reação natural dos jovens, quase todos humildes, que respondem aos chamamentos para trabalharem por um futuro melhor e por uma causa que acreditam ser justa. Não podemos avaliar a força dessas emoções, de suas convicções e de sua lealdade.
Já no outro 11 de setembro, o de Nova York, existem várias afirmações a respeito da participação do governo americano nos atentados. Afinal, até o momento não há provas da participação de Bin Laden. Já a respeito da participação da CIA...
Os atentados de Nova York que acabaram por dar início a guerra no Afeganistão e Iraque, e são alvos de inúmeros estudos e documentários, que em muitos casos mostram inúmeros engenheiros afirmando ser impossível prédios como as torres gêmeas serem derrubadas “apenas” pelo impacto de aviões, e tendo sua queda no formato de uma implosão, que segundo eles só poderia ocorrer se promovida por dinamite colocada na base do prédio.
Aguardemos os próximos atentados, que infelizmente não deixaram de ocorrer por inúmeros fatores, e por inúmeros agentes que não serão apenas orientais, mas brasileiros, noruegueses, espanhóis, gregos, e principalmente, norte americanos... 

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