domingo, 29 de junho de 2014

Um pouco da História da formação de Professores no Brasil.

Introdução.
Neste trabalho procurarei discutir a formação de professores no Brasil, analisando a História da educação, os problemas, desafios e os contrastes com alguns países da Europa e da América, buscando encontrar possibilidades para a melhora da formação profissional e de alternativas para a reestruturação de nossas escolas. Com este intuito buscarei apresentar alguns conceitos ideológicos e políticos que moldaram ao longo de quase cinco séculos a “formação” de professores em nosso país, e como algumas concepções foram aqui recriadas ou simplesmente implantadas sem analisar nossa cultura e modus operandi.

Primórdios da educação brasileira; os jesuítas.
A História da educação brasileira tem inicio no ano de 1549 com a chegada dos soldados de Cristo pertencentes à famosa ordem de santo Inácio de Loiola, os Jesuítas. Estes religiosos vieram para cá com a missão de educar os indígenas na fé cristã, dar apoio aos cristãos aqui residentes, e possuíam pouca ou nenhuma intenção de entender as formas de se viver e se relacionar dos povos americanos aqui encontrados.

Os primeiros professores brasileiros receberiam uma formação baseada nos clássicos antigos, voltada a padrões da sociedade europeia cristã que privilegiavam a retórica com a eloquência ciceroniana como marca na formação de representantes da Companhia de Jesus. Essa formação, recebida em Portugal ou, mais tarde, no Brasil, constituía a primeira e marcante influência externa na formação de professores da terra recém-conquistada [1].

Essa educação trazida pelos religiosos era destinada aos filhos dos colonos e aos indígenas que se encontravam nas aldeias jesuítas. O objetivo era fazer com que parte dos habitantes da colônia obtivesse noções de leitura, de religião cristã, que orassem bastante para redimir seus pecados, que escrevessem e que soubessem contar. Estes religiosos eram adeptos de uma dura disciplina, praticamente militar, por isso chamados também de soldados de cristo.
Os Historiadores Arno Wehling e Maria José Wehling contam que os colégios jesuítas no século XVIII eram em número de vinte e um no Brasil, além de sete seminários para a formação dos sacerdotes[2]. Além destes inacianos, outros religiosos também se imbuíram da missão de iniciar os primeiros habitantes destas terras no caminho das letras. Várias outras ordens religiosas por aqui estiveram nos primeiros séculos e atuaram no trabalho de catequização indígena e ensino de primeiras letras para os filhos dos colonos além de introduzir alguns hábitos culturais.   Renato Venâncio nos relata que “foi graças a instalação de conventos de jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos que brotou o primeiro embrião da vida cultural no mundo colonial”[3].
Dentre todas as ordens foi realmente a dos jesuítas a que teve maior relevância na educação da colônia. Seu papel desde o início era o de “reforçar o catolicismo por meio do ensino” nos diz o Professor Ronaldo Vainfas[4].

“Essa congregação surgiu em uma época de lutas religiosas, particularmente contra os luteranos, que se espalhavam pelas cidades francesas. Essas lutas, que tinham como armas a fé inabalável, a disposição a todos os sacrifícios e a disciplina exemplar, tornaram seus missionários uma força eficaz contra o protestantismo e implantação do poder da Igreja entre os povos infiéis[5].

O ensino desenvolvido no Brasil se encontrava totalmente em sentido contrário as novas ideias que vinham se disseminando principalmente na Europa. Tratava-se de uma aprendizagem em busca da defesa da fé cristã assumindo desta forma um conservadorismo totalmente alheio às novas ideias renascentistas. Mantinham-se contrários a tudo que representasse o novo. “Ignoraram e condenaram Descartes, que, aliás, foi um de seus ilustres alunos. Deram pouca importância a História, a Geografia e a matemática” [6]. Era parco e conservador. A educação desses missionários se centrava no nível secundário, visando a uma formação humanística, dando prioridade ao aprendizado do latim, e sem menção as ciências físicas ou naturais[7].
A educação proporcionada interessava na verdade ás poucas pessoas que gerenciavam a colônia, e que segundo Aranha, “apenas como ornamento e erudição”. Fernando Azevedo relata que

  “entre as três instituições sociais que mais serviram de canais de ascensão, a família patriarcal, a igreja e a escola, estas duas últimas, que constituíram um contrapeso á influência da casa grande, estavam praticamente nas mãos da companhia; quase toda a mocidade, de brancos e mestiços, tinha de passar pelo molde do ensino jesuítico, manipulado pelos padres em seus colégios e seminários, segundo os princípios da famosa ordenação escolar, e distribuída para as funções eclesiásticas, a magistratura e as letras” [8].

A era Pombalina.

A educação brasileira e a formação de educadores irá sofrer um revés a partir das mudanças empreendidas pelo poderoso Marques de Pombal em 1759. Como primeiro ministro do governo português Pombal empreendeu uma série de medidas em todas as áreas visando dinamizar e reestruturar a máquina governamental. No que diz respeito à educação, ele pretendia expandi-la, já que até então o conhecimento e o aprendizado das letras era algo muito restrito na metrópole. Pombal irá empreender uma violenta campanha contra a ordem jesuíta, acusada de ser responsável pelo atraso em que se encontrava tanto a metrópole quantos as colônias no além mar. Segundo Lizete Maciel e Alexandre Neto,

“As principais medidas implantadas pelo marquês, por intermédio do Alvará de 28 de junho de 1759, foram: total destruição da organização da educação jesuítica e sua metodologia de ensino, tanto no Brasil quanto em Portugal; instituição de aulas de gramática latina, de grego e de retórica; criação do cargo de 'diretor de estudos' – pretendia-se que fosse um órgão administrativo de orientação e fiscalização do ensino; introdução das aulas régias – aulas isoladas que substituíram o curso secundário de humanidades criado pelos jesuítas; realização de concurso para escolha de professores para ministrarem as aulas régias; aprovação e instituição das aulas de comércio” [9].

Se no período jesuítico a formação de professores ocorria de forma pouco sistemática e muito limitada, não necessitando de amplos conhecimentos para se ensinar, com Pombal passaremos a ver a intenção tanto de modernizar e sistematizar o ensino quanto a educação de uma forma mais ampla. O objetivo foi deixar para trás métodos considerados limitados e atrasados e avançar para metodologias científicas que dessem origem a uma escola pública e laica, conciliando o ensino da literatura com o das ciências modernas, buscando formar seres humanos mais completos que pudessem atender as necessidades de inserção do Portugal moderno na nova ordem mundial que florescia na Europa.
Com Pombal surge a ideia da dualidade do ensino, conciliando as escolas leigas com as confessionais sendo ambas regidas pelos mesmos princípios. Boto, nos diz que passa a haver

[...] “uma intensificação do pensamento pedagógico e da preocupação com a atitude educativa. Para alguns filósofos e pensadores do movimento francês, o homem seria integralmente tributário do processo educativo a que se submetera. A educação adquire, sob tal enfoque, perspectiva totalizadora e profética, na medida em que, por intermédio dela, poderiam ocorrer as necessárias reformas sociais perante o signo do homem pedagogicamente reformado[10]. 

Visando implantar todas as mudanças pretendidas nos vários campos do governo português, Pombal toma diversas medidas, e uma em especial, é a que irá abrir espaço para um possível florescimento das mudanças educacionais na colônia: a expulsão dos jesuítas do Brasil no ano de 1759. Havia o claro entendimento da construção de uma nova mentalidade. De um novo ser a ser criado.
“Para o ideal iluminista, a nova sociedade exige um novo homem que só poderá ser formado por intermédio da Educação. Assim, apesar de o ensino jesuítico ter sido útil às necessidades do período inicial do processo de colonização do Brasil, já não conseguia mais atender aos interesses dos Estados Modernos em formação. Surge, então, a ideia de Educação pública sob o controle dos Estados Modernos. Portanto, a partir desse momento histórico, o ensino jesuítico se torna ineficaz para atender às exigências de uma sociedade em transformação[11].

As escolas tinham de se adaptar e de se tornar um instrumento ideológico do Estado. Se anteriormente a Pombal as escolas visavam o fortalecimento da fé cristã, a partir dele busca-se transformá-las em instrumento de reforço do aparato estatal colocando seus serviços agora em favor da coroa portuguesa. Com o alvará de 5 de abril de 1771, é  passado para as mãos da recém criada  Real mesa Censória a administração da educação portuguesa.
O problema é que o desmantelamento das escolas jesuítas não foi seguido de uma rápida e imediata implantação de novas escolas e novas formas de se ensinar nem em Portugal e nem nas colônias. Tanto a formação de professores, quanto o ensino de crianças e jovens continuou carente de uma formação mais técnica e bem definida. A formação dos professores era limitada com os padres, e continuou sendo com as reformas de Pombal. Pode-se dizer que pouco ou nada teria mudado. A mudança deveria ocorrer principalmente nos conteúdos. Contrariando tudo o que se esperava o que na verdade ocorreu foi certo esfriamento no desenvolvimento da instrução. Na verdade as Luzes davam também um sinal de alerta. Havia o interesse em se adaptar aos novos rumos, mas cautela quando se falava em educar colonizados. Criar uma massa ou mesmo uma elite de pessoas educadas na colônia poderia vir a constituir um grupo com um senso crítico nada interessante aos interesses da coroa.

A chegada da família real.

A partir do século XIX com a vinda da família real portuguesa, inúmeras mudanças irão de fato ocorrer na colônia, que inclusive deixará de ser colônia para transformar-se em Reino unido. Serão criadas universidades, escolas militares, a Biblioteca Nacional, a escola de medicina da Bahia, a faculdade de medicina do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico, a Real Academia Naval e muitas outras instituições que irão alavancar o desenvolvimento do Brasil rumo a sua independência em 1822. Mas ainda não será de imediato que teremos uma melhoria na formação de professores.
Muitos estudiosos como, por exemplo, Saviani, apontam que até 1827 não havia ainda a preocupação efetiva com a formação de professores no Brasil[12]. É neste ano que foi promulgada em nosso país a lei das escolas de primeiras letras que determinava que os professores devessem ser treinados, mas, como nem tudo é como deveria ser, as suas próprias custas.  Já o ato adicional de 1834 dizia que os professores deveriam ter uma formação baseada na formação dada aos professores europeus assim como a constituição das escolas normais[13].  É a partir deste ato que se cria a primeira escola normal do país, sendo esta situada no município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Mesmo assim,

[...] “predominou nelas a preocupação com o domínio dos conhecimentos a serem transmitidos nas escolas de primeiras letras. O currículo dessas escolas era constituído pelas mesmas matérias ensinadas nas escolas de primeiras letras. Portanto, o que se pressupunha era que os professores deveriam ter o domínio daqueles conteúdos que lhes caberia transmitir às crianças, desconsiderando-se o preparo didático-pedagógico [14].

O nascimento da República e o movimento Nova Escola.

Assim como ocorre em toda a nossa História até aqui relatada, a formação de professores até o início do século XX permanecerá com muitas carências. A constituição de 1891 passa a dividir com seus respectivos Estados a promoção da educação. O alvorecer do novo século trará muitos desafios para a República recém-instaurada, e uma delas será incorporar o país definitivamente na ordem industrial e capitalista vigente. O Brasil possuía uma imensa massa de trabalhadores necessitada de formação, tanto provenientes da imigração europeia iniciada principalmente no final do século XIX, quanto da massa de ex-escravizados recém-libertos do cativeiro. Havia a necessidade de educar estas pessoas para que o país deixasse para trás seu passado apenas agrícola agroexportador. Mas mesmo assim, com toda essa necessidade o acesso à educação continuará sendo muito difícil, permanecendo quase que exclusivo as elites dominantes. A Constituição Republicana surge de forma extremamente excludente deixando mulheres, pobres, soldados rasos e os religiosos sem poder votar. Mesmo assim a educação é vista como um instrumento integralizador e promotor de uma identidade nacional a ser construída.  
Poucas eram as medidas inovadoras no campo educacional. Entre estas, visando desenvolver a educação do país, no ano de 1924 foi criada a associação brasileira de educação (ABE) no intuito de reunir vários pensadores e bandeiras em torno da educação. Na década de 1930 serão criados institutos educacionais, com destaque para o trabalho de Anísio Teixeira no Rio de Janeiro, e de Fernando de Azevedo em São Paulo. Tratou-se do surgimento de uma nova fase no que diz respeito à concepção do papel da Escola e da formação de educadores.

 “Pelo Decreto 3.810, de 19 de março de 1932, Anísio Teixeira procurou reorganizar as Escolas Normais, contemplando a cultura geral e a cultura profissional. Assim, os Institutos de Educação procuraram incorporar as exigências da pedagogia, que buscava se firmar como um conhecimento de caráter científico, caminhando para a consolidação de um modelo pedagógico-didático, de formação docente, corrigindo as ineficiências e distorções das tradicionais Escolas Normais do passado” [15].

Este movimento de reforma da escola que veremos no início do século XX se inicia no fim do século anterior tendo surgido na Europa e tendo no Brasil Anísio Teixeira, Cecília Meireles, Lourenço Filho e Fernando Azevedo entre seus grandes idealizadores. Estes estudiosos e intelectuais da educação juntos de vários outros nomes fizeram parte dos signatários que assinaram o “Manifesto dos pioneiros da educação”, tido por muitos como uma espécie de marco da renovação social que se pretendia para o país e para a educação pretendida. Havia o entendimento de que era necessário investir em educação para se modernizar o país. O Brasil encontrava-se muito atrasado no que diz respeito ao “mundo” capitalista, e esse desenvolvimento só viria a ser alcançado com uma classe trabalhadora minimanete preparada para entender as novas tecnologias existentes. Tratava-se de um momento de mudanças nas estruturas do país, momento este de crise em vários setores produtivos, momento de contestação em que as velhas oligarquias passariam a perder e a dividir espaços com a classe burguesa em consolidação.

Os intelectuais reformistas, imbuídos das ideias da Escola Nova, sonhavam com uma educação nos moldes republicanos com escola única, obrigatória e gratuita para todos. Acreditavam na possibilidade de democratização e transformação da sociedade por meio da escola e para isso buscavam uma grande reforma educacional. Nesse contexto, a inquietação em relação à formação de professores para atuação no ensino secundário justificava-se pela preocupação em formar professores capazes de contribuir para as transformações pretendidas“[16].

O golpe militar de 1964.

Nas duas décadas seguintes pouco se avançou na melhora da educação e da formação de professores. Em 1946 foi editada a lei  número 8.530 que ficou conhecida como a lei da Educação. Efetivamente trouxe poucas novidades dividindo o curso normal em dois ciclos, sendo que para o primeiro, um currículo parecido com o dos cursos de formação anteriores, e já no segundo as inovações preconizadas pelo movimento escolanovista.
A partir da década de 1960 com o advento do golpe civil e militar de 1964 a educação brasileira continuará a sofrer com descasos políticos. Trata-se de um período em que o Estado brasileiro irá se colocar definitivamente a favor do capital e dos interesses estrangeiros, e para atender a estes centrará a formação educacional na vertente tecnicista visando preparar mão de obra técnica para atender a necessidade das empresas multinacionais. A separação e o direcionamento para a formação tornaram-se mais evidentes ainda; para os ricos a Universidade e para os pobres cursos de formação no máximo técnica. Outro duro golpe dado na formação de professores foi a lei 5.692 editada durante a ditadura no ano de 1971 que acaba com a já carente e insuficiente escola normal, e institui que a formação de segundo grau bastaria para ser formado professor no nível de ensino fundamental do primeiro seguimento. Para os anos seguintes deveria haver a formação através do curso de licenciatura[17].
Ao procurar se adequar para atender aos interesses do mercado os militares seguiam as diretrizes alienantes do Capital que por conta de suas contradições impede, ou busca sempre impedir, uma educação que se desenvolva em busca de um caminho amplo e libertador. Saviani confirma esta ideia ao relatar que

 “Sendo o saber força produtiva, e sendo a sociedade capitalista caracterizada pela propriedade privada dos meios de produção, a classe que os detêm empenha-se na apropriação do saber, desapropriando-o da classe trabalhadora. Sendo impossível a apropriação exclusiva do saber, já que a contradição inerente à sociedade capitalista é insolúvel no seu âmbito, a classe capitalista sistematiza o saber de que se apropria e o devolve parcelado ao trabalhador. Assim, fazendo, detêm a propriedade do saber relativo ao conjunto do processo produtivo restando ao trabalhador apenas o saber correspondente à parcela do trabalho que lhe cabe executar”[18].

No início dos anos 1980 é criado pelo governo brasileiro centros de aperfeiçoamento do magistério, mas que não alcançaram bons resultados tendo uma amplitude muito limitada. Ainda nesta década a pedagogia tecnicista vigente durante o período ditatorial começa a ser mais questionada, enfatizando a necessidade do surgimento de um educador completo, intelectualizado, consciente e crítico que promova mudanças na escola, nas mentalidades e consequentemente na vida e no mundo ao seu redor. Várias ideias e concepções vão surgir e muita influência nos debates terão as ideias de Paulo Freire, o maior educador da História brasileira[19].

A nova LDB.

No ano de 1996 é editada a Nova LDB. Tratou-se de um momento de expectativas com relação a mudanças em um cenário até então muito desanimador. O objetivo da lei seria o de diminuir as gritantes contradições no campo da educação brasileira, sempre marcada por exclusão e desigualdades, não permitindo o acesso aos estudos de qualidade a maior parte da população. Mas, ao menos inicialmente, não resolveu ou pouco amenizou problemas. Podemos entender este período como sendo o da transição, já que mudanças em sistemas ou sociedades não se dão de forma imediata. Leva-se tempo para os objetivos pretendidos serem implantados, não se esquecendo da necessidade de uma política de Estado que dê continuidade aos processos iniciados procurando mexer apenas naquilo que não esteja de fato indo bem.
Borges, Aquino e Puentes dizem que a nova legislação não atendeu “às expectativas, uma vez que introduziu, como alternativa aos cursos de Pedagogia e de Licenciatura, os Institutos de nível superior de segunda categoria, provendo uma formação mais aligeirada e barata, por meio de cursos de curta duração” [20]. A LDB assim expressa em seus artigos 62 e 63 como passa a ser a formação de professores no Brasil:
 Art. 62 – A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em Universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Art. 63 – Os Institutos Superiores de Educação manterão:
I - Cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do Ensino Fundamental;
II - Programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de Educação Superior que queiram se dedicar à educação básica;
III - Programas de educação continuada para profissionais de educação dos diversos níveis[21].

É possível verificar um avanço no que diz respeito à legislação brasileira a partir deste período. Há, ao menos teoricamente um desejo de se avançar em melhorias da formação do educador, mesmo ainda faltando uma política maior de valorização diante de outras carreiras, principalmente na questão salarial. Um professor estuda muito mais durante sua carreira, fazendo curso de extensão, especialização, Mestrado e Doutorado para ganhar valores que não chegam à metade do que ganha, por exemplo, um técnico da área do petróleo com muito menos tempo de estudo e dedicação.
Com a nova legislação os docentes passam também a participar da elaboração dos projetos pedagógicos dos cursos de formação. Pode-se concluir que a nova legislação melhorou as “perspectivas sobre a formação de professores, tanto na estrutura curricular, como na articulação formativa dos currículos e ainda na preocupação com a qualificação dos formadores de formadores da Educação Básica” [22].  Há que se deixar claro, que apesar de decorridos quase 20 anos da implantação da LDB ainda não há muito que se comemorar. A lei propiciou avanços, mas ainda há uma estrutura precária nas escolas, nas Universidades e no currículo. Há direcionamento para as áreas de pesquisa, mas não há uma clara visualização de que o professor colherá frutos por parte deste trabalho. Há vários apontamentos indicando o que se quer do professor, mas pouca coisa concreta referente a benefícios que o incentivem a continuar na carreira, assim como incentivar que os melhores alunos das Universidades se interesse pelo trabalho docente. Creio, para que se desenvolva este maior interesse pela carreira do magistério, ser necessário que se efetive de fato o que reza o artigo 67 da LDB sobre a promoção e valorização dos profissionais da Educação, sobre o piso salarial que deve ter um valor minimamente digno, sobre o período reservado aos estudos, sobre a progressão baseada na titulação fazendo com que estes profissionais busquem crescer na formação visando também alcançar ganhos mais elevados. Segundo Nóvoa, nossos professores;

 “São olhados com desconfiança, por serem acusados de serem profissionais medíocres e de terem uma formação deficiente; por outro lado, são bombardeados com uma retórica cada vez mais abundante que os considera elementos essenciais para a melhoria da qualidade de ensino e para o progresso social e cultural. Pede-se quase tudo aos professores. Dá-lhes quase nada[23].

Ao comparar a realidade da formação brasileira com a formação de outros países podemos ver que também se busca uma formação mais ampla para os educadores. Na Espanha as antigas escolas Normais se integraram e hoje constituem as Faculdades de Educação. Novas leis editadas falam da necessidade de se prestigiar a imagem dos professores, que assim como aqui no Brasil encontra-se muito desgastada[24]. A formação de professores para a educação infantil irá aumentar um ano a mais na Espanha, e para lecionar nos anos seguintes passará a se exigir a formação a titulo de Mestrado. O governo espanhol visa suprir uma geração de professores prestes a se aposentar, já que aproximadamente 30% de seus professores já possuem mais de 50 anos de idade e nos próximos 10 anos deverão estar se aposentando. Outro ponto é elevar o interesse dos jovens a carreira do magistério.
Com relação à Europa, há uma tendência a se reformar suas Universidades de forma ambiciosa. A declaração de Bolonha assinada em 1999 pretende colocar em prática “uma Universidade homologável, em que alunos e professores pudessem mover-se sem entraves para trabalhar”, fazendo com que o titulado possa ver reconhecida automaticamente sua formação sem toda a burocracia de validação dos atuais dias[25].

Conclusão.
            Pode-se ver que ao longo da História brasileira a educação nunca foi motivo de grandes preocupações da classe dirigente do país. Sempre foi privilégios de poucos, sendo que a formação de professores não necessitava de muitos estudos em seu período inicial. Sua Pedagogia sempre foi voltada para atender aos interesses da classe dominante e posteriormente as diretrizes de mercado. O professor veio paulatinamente tendo sua posição desprestigiada em função dos baixos salários e das mudanças constantes que pouco alterava favoravelmente as estruturas do sistema educacional a seu favor.
Vimos que a Europa busca implantar mudanças em seu sistema educacional que valorize e dinamize a formação, o acesso e a inserção no mercado de trabalho, abolindo ou diminuindo a burocracia. 
 Nos últimos 20 anos com o surgimento da LDB, viu-se um horizonte mais bem definido e com boas perspectivas, apesar de algumas falhas. Mas passados 20 anos, ainda carecemos de uma melhor formação, de mais tempo para estudos e pesquisas, de salários que realmente valorizem e incentive jovens a ingressar na carreira, e de um plano carreira que valorize a titulação e aqueles que se dedicam ao nobre trabalho de compartilhar a ajudar a construir o conhecimento.




[1] VIEIRA, Alboni Marisa Dudeque Pianovski. GOMIDE, Angela Galizzi Vieira. História da formação de professores no Brasil: O primado das influências externas. Acessado em 12 de junho de 2014 na página: www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/93_159.pdf.
[2] WEHLING, Arno. WEHLING, Maria José C. de M. Formação do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, p.287.
[3]Del Priore, Mary. Venâncio, Renato. Uma breve História do Brasil. São Paulo, Editora Planeta, 2010 P.97.
[4] Vainfas, Ronaldo. Soldados de Cristo. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 7, número 81, junho de 2012, p.15.
[5] DE Oliveira, Amanda Melissa Bariano. Ação educacional jesuítica no Brasil colonial. ANAIS DO III ENCONTRO NACIONAL DO GT HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E DAS RELIGIOSIDADES – ANPUH -Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades. IN: Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html.  
[6] Aranha, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo, Ed. Moderna, 2006, p.112.
[7] Aranha, Maria Lúcia Arruda. História da educação e da pedagogia. São Paulo, Ed. Moderna, 2006, p.164.
[8] Azevedo, Fernando. A cultura brasileira: Introdução ao estudo da cultura no Brasil. Ed. UNB, 1963, p.523, apud: Aranha, Maria Lúcia Arruda. História da educação e da pedagogia. São Paulo, Ed. Moderna, 2006, p.164-165.
[9]Maciel, Lizete Shizue Bomura. Neto, Alexandre Shigunov. A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino. Acessado em 20 de junho de 2014 na página: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022006000300003.


[10] BOTO C. A escola do homem novo: entre o Iluminismo e a Revolução Francesa. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. APUD: Maciel, Lizete Shizue Bomura. Neto, Alexandre Shigunov. A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino. Acessado em 20 de junho de 2014 na página: http://www.scielo.br/scielo. php?Script=sci_arttext&pid=S1517-97022006000300003.



[11] Idem, Ibidem, p.471.
[12] Borges, Maria Célia. Aquino, Orlando Fernández. Puentes, Roberto Valdés. Formação de professores no Brasil: História, políticas e perspectivas.  Acessado em 20 de junho de 2014 na página: http://www.fae.unicamp.br/revista/index. php/histedbr/article/view/3301
[13] Idem.
[14] SAVIANI, D. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. Apud: Borges, Maria Célia. Aquino, Orlando Fernández. Puentes, Roberto Valdés. Formação de professores no Brasil: História, políticas e perspectivas.  Acessado em 20 de junho de 2014 na página: http://www.fae.unicamp.br/revista/index. php/histedbr/article/view/3301

[15] Idem.
[16] Wolski, Denise Terezinha Rodrigues Marques. Soares, Maria Tereza Carneiro. Brandt, Célia Finck. A CRIAÇÃO DE UNIVERSIDADES E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA NO BRASIL: O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. IX Amped sul 2012.  Seminário de pesquisa em educação na região sul.  Acessado no dia 22 de junho de 2014 na página: http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2661/546.
[17] Borges, Maria Célia. Aquino, Orlando Fernández. Puentes, Roberto Valdés. Formação de professores no Brasil: História, políticas e perspectivas.  Acessado em 20 de junho de 2014 na página: http://www.fae.unicamp.br/revista/index. php/histedbr/article/view/3301


·                     [18] Política e Educação no Brasil. O papel do Congresso Nacional na Legislação do Ensino. São Paulo, Cortez, 1987. Apud: Uma reflexão sobre o sistema educacional brasileiro. acessado em 25 de junho de 2014  na página: http://pedagogiaaopedaletra.com/uma-reflexao-sobre-o-sistema-educacional-brasileiro/
[19] Borges, Maria Célia. Aquino, Orlando Fernández. Puentes, Roberto Valdés. Op.cit.



[20] Idem.
[21] Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Acessado em 25 de junho de 2014 na página: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf.
[22] Borges, Maria Célia. Aquino, Orlando Fernández. Puentes, Roberto Valdés. Op.cit.

[23] NÓVOA, Antonio. Formação de professores e profissão docente. In: BICUDO e SILVA (org.). Formação do educador: dever do Estado, tarefa da universidade. São Paulo: UNESP, 1996. Apud: Paini, Leonor Dias. Greco, Eliana Alves. Amblard, Viviane Maria Lauer Bressan.  A Formação de professores no Brasil: Problemas e perspectivas. Acessado em: http://revistas.facecla.com.br/index.php/reped/article/view

[24] Os docentes e os discentes na organização dos centros educativos. Funiber, Florianópolis, 2002,capítulo 5, Mestrado em Educação. P.177.
[25] Idem,p.178.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A História local como instrumento de valorização da cultura, da cidadania e da construção de identidades


A necessidade de se ampliar o conhecimento da História local se dá devido à questão da perda de identidade proporcionada pelas rápidas mudanças do mundo moderno que faz com que importantes aspectos da cultura popular da região se percam em um caldeirão de homogeneização cultural. Para se entender múltiplos aspectos de nossa História do Brasil em seu sentido amplo, há que se entender como isto se deu na História de sua região.
 É possível encontrar “vestígios” de nosso passado colonial, imperial e das primeiras décadas da República em muitas cidades grandes e pequenas deste país. Para isto, faz se necessário uma ampliação dos olhares por parte dos professores e pesquisadores locais, fazendo com que os estudantes enxerguem, onde antes viam apenas coisas antigas, momentos passados que interferem em suas vidas até o momento presente.
            Hoje, com os grandes deslocamentos humanos em busca de trabalho e melhores condições de vida, o que acaba ocorrendo é uma “miscigenação” cultural, e em muitas ocasiões, um choque entre estas culturas e mesmo a absorção das culturas de minorias de uma forma negativa, e que no fim acabam sendo “engolidas” pela cultura dominante das mídias modernas. Este tema das interelações culturais é conhecido por interculturalismo. Banks (1993) nos diz que “multiculturalismo é uma noção que reflete uma variedade de significados e interesses. Uma categoria na qual se acobertam temas como a etnia, as minorias culturais, os estudos de tradição, folclore e a defesa de uma sociedade multicultural”.[1]
Por este motivo acredito ser de suma importância os estudos de História local interligados com suas práticas culturais e com o que ocorre e ocorreu na História de nosso país. É o ensino de História voltado para a valorização da cultura local de uma forma crítica e prática. Visa fazer com que o aluno se sinta parte dos acontecimentos. A ideia é fazer com que os mesmos sintam a História não como algo “existente” apenas nos livros escolares, mas como algo real de um passado que nos influencia, nos molda e de certa forma, nos mantém na condição de oprimidos.

Objetivo geral:
A intenção deste trabalho é o de despertar nos jovens estudantes o interesse pela História de sua localidade de nascimento ou mesmo do lugar onde hoje vivem. Através disto fazer com que os mesmos tomem consciência dos acontecimentos ali ocorridos ao longo dos séculos, de como a História se faz com permanências e rupturas e de como, principalmente as permanências podem de inúmeras formas lhes ser prejudiciais.
Ao realizar este trabalho, visamos promover mudanças não apenas nos alunos, mas na comunidade escolar como um todo. Estes jovens munidos de novos conhecimentos ocorridos ali bem onde vivem, entendendo práticas políticas que se repetem a décadas, terão instrumentos em suas mãos para possivelmente modificar sua comunidade. Um dos objetivos é fazer com que eles entendam como o ensino de História não é estático, como pensa o senso comum. Entender como estudar a História dos acontecimentos do século 19, por exemplo, pode nos fazer ter um melhor posicionamento em pleno século XXI.

Objetivos específicos:

            As ações necessárias para a realização do projeto devem se dar inicialmente na mudança do formato das aulas. Deverão ser organizadas aulas em lugares distintos da sala de aula. Este trabalho deverá ser preferencialmente realizado com alunos dos oitavo e nono ano do ensino fundamental e a das séries do ensino médio. Faz se necessário um maior grau de maturidade para o entendimento mais profundo dos conteúdos, assim como dos deslocamentos até os locais das aulas.
            Existem espaços nas cidades em que o professor pode previamente agendar um horário e promover aulas, que funcionarão como trabalho de campo, em que os jovens alunos poderão se sentir mais “próximos” do passado estudado. Posso citar como exemplo em minha cidade o prédio da Câmara de vereadores, prédio que data do século XIX; o Quartel do Exército local, datado do fim do século XIX, e que abriga as ruínas de uma antiga fortificação militar portuguesa do século XVI, que servia para combater navios piratas franceses traficantes de pau Brasil. Há também um sítio arqueológico datado do século XVIII que abrigava antigo aldeamento indígena organizado por padres seculares, e que ficava exatamente na fronteira entre a capitania do Paraíba do sul e a capitania de Cabo Frio. Há a antiga igreja de Santana, localizada onde os padres jesuítas se instalaram a partir de 1630.
            Todos estes lugares servirão de instrumento de análise para se discutir a História do Brasil e a História e cultura local de uma forma muito mais marcante e ampla que a forma tradicional de ensinar recluso em sala de aula.  A ideia é sensibilizar os alunos para acontecimentos marcantes, e fazer com que os mesmos se sintam parte integrante de todo o processo Histórico, e desta forma se sintam como agentes promotores de futuras mudanças em suas realidades. O professor ao contextualizar lugares e acontecimentos, rupturas com permanências, poderá provocar nos alunos o desenvolvimento do senso crítico a respeito de muitas posturas que permanecem com o passar dos séculos em sua cidade e região.

Resultados esperados:

            Com a implantação deste projeto, esperamos alcançar uma maior clareza na visão dos estudantes do ensino fundamental e médio. O objetivo é fazer com que os mesmos entendam seu lugar no mundo, e a partir daí passem a ter uma postura mais crítica diante dos fatos e acontecimentos ao seu redor. Que também possam valorizar mais sua cultura e História de seus antepassados e de sua região, evitando assim cometer velhos e repetidos erros e saindo da esfera de dominação das classes privilegiadas.
            Espera-se também que a escola saia da condição precária em que se encontra em que não se formam nem profissionais nem cidadãos, apenas finge cumprir seu papel. Que posturas críticas de alunos possam ser motivadores de novas posturas da comunidade escolar, promovendo assim discussões saudáveis e comprometidas com as mudanças sociais tão necessárias a nossa convivência.




Abrangência e contexto:

            O objetivo do projeto é alcançar toda a comunidade escolar. Não será algo em curto prazo. Na medida em que os alunos estiverem modificando suas posturas, transformando-se em seres críticos e conscientes (tudo isto dentro de suas realidades), a intenção será que isso contagie as pessoas próximas, que de imediato serão seus colegas e membros de família.
            A ideia é a de promover mudanças comportamentais nos jovens através do ensino de História em seu contexto local, fazendo com que os mesmos valorizem-se e busquem soluções e posturas construtivas para sua comunidade.

Plano de ação:

            Para o bom desenvolvimento do projeto devem-se analisar primeiramente os conhecimentos prévios dos alunos a respeito dos temas a serem discutidos. Discussões em sala de aula e redações podem ser bons instrumentos. A direção da escola deve estar totalmente ciente do projeto. Deverá estar também de total acordo e dando todo o apoio necessário.
As visitas aos campos de estudo deverão ser sempre bem acertadas. Tudo deve ser muito prévio. Entrevistas com pessoas mais velhas serão um bom instrumento para que os alunos busquem maiores informações sobre aspectos da História e cultura local. Deverão ser confrontados os dados obtidos com as entrevistas e as informações que serão repassadas pelo professor. Trata-se de um ótimo meio de se conseguir corrigir erros.
Este projeto não abrange períodos delimitados. Se tiver de ser assim, seu período será o do ano letivo. A questão da conscientização e valorização cultural é algo permanente. Não se desenvolve como projetos que abrangem datas e acontecimentos específicos. É algo constante.
Anteriormente as visitas deverão ser feitas discussões em sala de aula sobre os locais e fatos históricos a serem apresentados. A programação das visitas aos sítios deverá provocar certa excitação nos jovens, e o professor deverá saber aproveitar bem isto. Poderão ser pedidos trabalhos nas semanas anteriores. Acredito que de duas a três semanas antes das visitas poderão ser organizados e discutidos os trabalhos.
O ideal é que estes trabalhos sejam voltados para a cultura e História local com base em pesquisas e entrevistas, e não apenas pesquisas em livros ou internet. Desta forma os alunos conseguirão interagir de forma mais ampla com possíveis aspectos do cotidiano local que desconhecem.

Cronograma:

Para os bimestres:
 As duas primeiras semanas de aulas deverão ser sobre os temas. Deve se escolher um dos períodos históricos brasileiros, neste caso os períodos colonial, imperial e republicano. Como o ano é dividido em quatro bimestres, um dos períodos brasileiros deverá ser dividido em dois. Como foi citado anteriormente quatro sítios ou locais de acontecimentos históricos já está resolvido o problema. Um para cada bimestre. E o desenvolvimento deverá ser basicamente o mesmo nos bimestres seguintes.
A terceira e quarta semanas darão ênfase a busca das informações de variadas formas como as pesquisas em bibliotecas e entrevistas.
A quinta e sexta semanas deverão estar voltadas para a análise e apresentação do que foi levantado pelas pesquisas.
A sétima semana deverá ser a semana de visitação de um dos lugares históricos estudados.
A oitava e nona semana ficará voltada para a discussão em sala de aula do que foi aprendido.
As conclusões deverão ser expostas ao restante da escola, não apenas através de cartazes, mas possivelmente através de um vídeo, ou de vários vídeos que deverão ser postados em uma página da internet em que todo o corpo escolar possa ter acesso. Isto deverá não apenas empolgar os alunos, mas desenvolver um espírito de consciência de preservação de sua cultura e da cultura de sua localidade.
A última semana ficará a cargo da avaliação que não deverá ser de forma alguma em formatos tradicionais, já que cada aluno aprende de uma maneira, e é isto que deve ser avaliado.

Desdobramentos:

            Os desdobramentos esperados são o do entusiasmo com um passado tão rico e tão próximo que a maioria daqueles jovens não esperava. A ideia é buscar um encantamento com as descobertas históricas e culturais da região. Fazer com que os alunos repassem isso para os que estiverem próximos dos mesmos. A expectativa é a de um desenvolvimento de um sentimento de pertencimento e de “proprietário” daquele passado e daquela cultura.











           
           





[1] BANKS, J.A. Multicultural education: historical development dimensions, and practice. Review of research in education, n 19, p3-49, 1993b.