terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Antes...

O que tinha antes do “tudo”?
Na famosa fábula “Alice no país das maravilhas” em determinado momento o rei pergunta a Alice: “o que você está vendo”?”E Alice “responde:” nada”. E em seguida o rei responde: “que ótimos olhos você tem!”A questão é: o que havia antes de nada existir? Existe o nada absoluto?
 A partir da perspectiva religiosa deus cria o mundo a partir do nada. Mas e antes? Antes deste tudo. Antes de deus. Quem o criou? Ele existe desde o sempre? Sempre? Quando foi que o nada existiu? E o nada não é alguma coisa? Quem estava presente para fazer qualquer afirmação?São perguntas muito intrigantes, e que nos levam a muitos questionamentos quando paramos para refletir. A questão do surgimento do tudo, da criação do mundo, do universo, são provavelmente perguntas que morrerão sem respostas para aqueles que querem mais do que simplesmente “acreditar”. A quantidade de mitos da criação surgidas ao longo de muitos séculos nos dá uma idéia de como nossos antepassados tentaram responder a estas perguntas a partir daquilo que “acreditavam”.
Estes mitos explicativos foram narrados em muitas línguas, por vários povos, alguns que já não possuem mais relatos que tenham sobrevivido aos dias de hoje. Mas, muitos outros ainda o possuem, e em muitos deles podemos encontrar muitas semelhanças.
Na Mesopotâmia antiga, atual Iraque, a criação era descrita como “uma vitória da divindade criadora sobre o caos, sendo o caos representado por uma deidade rival, um assustador dragão aquático, um monstro das enchentes (MILES, 1995)”. 
Podemos encontrar neste fato, por exemplo, grande semelhança com o mito bíblico da criação, em que o deus judaico-cristão cria a humanidade diante de todo o caos. Gordon Childe nos diz que esse caos bíblico que acabou separando o céu e a terra, nada mais era do que uma repetição, uma cópia do ocorrido na Mesopotâmia (PINSK, 1987).  
 O mito Assírio que seria do ano 800 antes de cristo apresenta a criação do tudo a partir de um diálogo entre cinco deuses enquanto estavam sentados a conversar no céu (GLEISER, 1997, p.21). Estes deuses representavam cada um determinado elemento da natureza: ar, terra, fogo, água e o outro que era o destino. Ao se combinarem deram origem a vida.
 A tradição dos índios Hopi que viviam na América do norte falava do surgimento do “tudo” a partir do infinito, do não ser. Gleiser nos descreve este mito dizendo que “o primeiro mundo foi Tokpeda. Mas antes, ele diz, existia apenas o criador, Taiowa. Todo o resto era espaço infinito. Não existia um começo ou um fim, o tempo não existia, tampouco formas materiais de vida. Então ele, o infinito, concebeu o finito dizendo-lhe: eu o criei o primeiro poder e instrumento em forma humana. Eu sou seu tio. Vá adiante e perfile os vários universos em ordem para que eles possam trabalhar juntos, de acordo com meu plano (GLEISER, 1997, p 23).
Como podemos ver neste mito criacionista norte americano, nossos antepassados em todas as épocas tentaram encontrar formas para explicar o surgimento da vida e do “tudo”. A pergunta, o olhar para o céu buscando uma resposta, trata-se de algo comum independente de lugar, época ou cultura.

Um comentário:

  1. Adorei o texto, Se pararmos para analisá-la, nossa vida é constante interrogação e o inicio de tudo é de deixar o ser humano de cabeça quente...e em falar em ser humano, como iniciou se a vida, pela bíblia tudo começou com Adão e Eva( mas começar a vida com pecado?) Deus criou Adão e da costela criou Eva e iniciou se a povoação, mas se somente havia Adão e Eva, seu filhos, Caim e Abel, dois homens, então Eva além de mãe foi esposa de seus filhos...Nossa que loucura! E ainda achamos que somos pecadores!!!!
    Beijos...

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