sexta-feira, 29 de outubro de 2010

                                    Se parássemos para pensar...
Você já parou para pensar que neste exato momento em que você está ai pensando em que colocação o seu time vai ficar no campeonato brasileiro, ou quem matou de fato Odete Hoitman (desculpem não ter um nome novo, mas é que eu não vejo novelas) milhões de crianças pensam se terão algo para comer no dia de amanhã, já que no de hoje não foi possível comer nada? Que soldados americanos estão jogando bombas em escolas no Afeganistão, culpando terroristas islâmicos apenas para proteger o interesse das empresas americanas interessadas em explorar minério nas montanhas (de minério, que disseram que um tal de Bin Laden estava escondido por lá) daquele país? Acho que não né? Existem coisas mais importantes para se pensar. Precisamos viver dentro de nosso mundinho, cercado de nossas pequenas futilidades, por que se não, se formos pensar nisto, iremos enlouquecer não é? Bela maneira de dizer “dane-se”, não é problema meu. Não irei resolver os problemas do mundo. Não posso e nem tenho tempo para pensar nisto. É, mas poderia ser você a esperar que alguém pensasse nisto. A esperar por alguma solução que viesse a matar sua fome, a devolver-lhe a liberdade, ou apresentar uma solução para que você saia às filas do transplante de rins. Se não acontece conosco, dane-se. Mas o que de fato ocorre, é que ocorre exatamente conosco! O problema é que fomos doutrinados a não enxergar, a não darmos valor ao que realmente importa. Nossa vida é muito pequena. Pobre. Não enxergamos muito além de um palmo a frente de nosso nariz. Nossa realidade é a das novelas da rede globo. Dos programas sensacionalistas do fim de tarde que a única coisa que possuem para oferecer é medo, sangue e miséria. Após o nascimento de meu filho tive de passar a assistir uns desenhos animados com ele, para tentar descobrir qual seria mais propício para uma criança. O problema é que os programas que passam para esta faixa etária são de uma violência extrema, mas que passam em horários que a legislação diz ser “de programas educativos”.Felizmente posso pagar uma assinatura de TV, e isto me proporciona um entretenimento um pouco melhor que o das TVs abertas. Nestes desenhos que passei a assistir (nos canais por assinatura), encontrei alguns muito bons, com valores e conceitos muito interessantes, que me deixaram contentes com relação ao conteúdo que meu filho iria ter acesso. Mas, me veio à indagação a respeito do porque que os desenhos das TVs abertas somente tratam de violência e mais violência? Vejam os exemplos: Pica pau, Popeye, super amigos, homem aranha, incrível Hulk, comandos em ação, tartarugas ninja, ou os Hentai dos últimos anos? O que todos estes tem em comum é a violência, que se torna desde a tenra idade algo cotidiano em nossas vidas. Pergunto-me por qual motivo o ministério da educação não questiona tal conteúdo tendo em vista que o estatuto da criança e do adolescente fala em horário, faixa etária e conteúdo educativo para crianças? Onde entra o conteúdo educativo nestes desenhos? E nós como pais, como podemos deixar que nossos filos assistam a tais aberrações? Enfim, é apenas uma indagação, algo que em minha cabeça não ficou muito claro. Quem sabe sou apenas eu e minha excessiva obsessão por questionar o que me rodeia...

                                                 Alex Grijó, 07, de julho de 2010

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