sexta-feira, 11 de março de 2011

GUILHOTINA TURNOWSKI

Allan Turnowski ganhou a batalha. Allan viajou para o exterior e deixou as fitas gravadas que comprometem mortalmente Cabral, outros aliados políticos, o delegado Cláudio Ferraz e o próprio secretário Beltrame. O recado foi dado: “Se eu cair levo junto comigo todo mundo”.
Tudo que Allan exigiu foi cumprido. O superintendente da Polícia Federal do Rio foi afastado, ou melhor, pediu licença, o delegado responsável pela Operação Guilhotina foi transferido para o Maranhão; e o Ministério Público não aceitou sequer o seu indiciamento, quanto mais sua prisão, que era o que desejava – com base nas provas – o delegado que comandou a ação.
Mas algumas perguntas precisam ser feitas:
Como fica o caso da DRACO (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), cujo delegado, acusado por Allan de envolvimento num esquema de corrupção com as prefeituras, virou subsecretário de Beltrame?
Como ficam as contas no exterior de Allan Turnowski e seu pai, descobertas na Operação BANESTADO, que Beltrame tinha conhecimento desde que o nomeou?
Quem foi o articulador de toda a “operação abafa” nem está no governo Dilma, mas todo mundo sabe, foi Luiz Fernando Côrrea, ex-secretário nacional de Segurança e ex-diretor-geral da Polícia Federal, que é quem dá as cartas na PF, mesmo estando de fora.
Allan Turnowski jogou pesado mandando um recado a Luiz Fernando Corrêa, via Beltrame: “Tenho nas mãos um dossiê que vai complicar a vida do doutor Luis Fernando para o resto do vida”.
No tal dossiê, Allan informou que sabe que o ex-diretor-geral da PF espancou na carceragem da Polícia Federal uma mulher que acabou ficando cega e abriu processo contra ele. Allan foi mais longe, disse que tem nas mãos cópia do processo movido pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina, onde Luiz Fernando é acusado de comprar sem licitação mais de R$ 40 milhões em equipamento da empresa DIGITRO.
A situação ficou tão grave, pois abalaria toda a credibilidade da Polícia Federal, que o próprio ex-presidente entrou no circuito para defender o seu ex-diretor da Polícia Federal e ex-secretário nacional de Segurança.
Mais uma vez Cabral e sua turma foram salvos. Mas é uma pena que uma instituição que deveria servir de polícia para defender a sociedade, esteja servindo de polícia política, atendendo a interesses de amigos de quem está no poder.
                                                     Luis Cesar Silva Guevara

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