O problema da fome
Sentir fome é algo que no caso de muitos de nós que temos acesso a tecnologias como esta aqui, é algo que produz até uma certa “alegria”. Sentimos fome e logo pensamos no que comer, não porque não teremos o que comer, mas por conta de uma razoável variedade de oferta de alimentos em nossas mesas. Basta abrir a geladeira, ir a um fast food e pronto; fome saciada e até certo enjôo por conta, em muitos casos, termos comido demais. Assim se dá com muitos de nós.
Ma a realidade de alguns milhões de pessoas é bem diferente. Muitos não possuem o privilégio de passar por isso; de ter a mesa farta na maior parte do tempo. Muitos são os que morrem de fome, ou nascem com deficiências por conta desta.
De acordo com dados do UNICEF, cerca de 20 milhões de crianças nascem por ano com deficiência mental, apenas por conta da falta de iodo. Entre as mulheres são cera de 50 mil por ano mortas por deficiência de ferro. No caso do Brasil, são cerca de 280 mil deficientes mentais nascidos a cada ano por falta de boa nutrição. A morte prematura leva cedo 20 mil crianças a cada ano por falta de vitamina A.
Como resolver este problema? É falta de alimentos? Desperdício? De acordo com o pesquisador Ricardo Veloso os dados do desperdício são os seguintes:
20% é de perda no plantio; 8% perda no transporte e no armazenamento;15% na indústria;1% no varejo; e 17% é jogado fora pelo consumidor.(super interessante,nº 174).
Para alcançarmos o desenvolvimento pelas sociedades ditas modernas, este deveria ser um dos primeiros problemas a serem resolvidos. Não tem cabimento no mundo de hoje tantos problemas derivados da desnutrição e do desperdício. As tecnologias modernas podem produzir alimentos para todos. Mas se mantivermos os níveis de desperdício, teremos de produzir sempre 70% a mais para ser jogado fora. Isso não é mais possível.
Se temos terra e tecnologia, além de mão de obra abundante, o que falta então? Distribuição da terra improdutiva e incentivo a pequena produção agrícola, diminuição da taxa de lucros que é alta e interesse pelo fim da miséria, que de certa forma enriquece a muitos já seria um bom começo. De que adianta o homem ir à lua ou capturar Osama Bin Ladem com o mundo passando fome? A quantidade de pessoas mortas pela fome anualmente é infinitamente maior que o número de vítimas de todos os atentados terroristas da história. Os recursos destinados ao combate ao terrorismo junto ao que sai no bolso dos ratos de terno e gravata que trabalham como “representantes” do povo resolveriam com sobras o problema da fome. Lembro de uma frase de um pai que foi certa vez a secretaria de uma escola em que eu trabalhava e pediu a diretora que parasse de servir carne a seu filho durante a merenda, por que no fim de semana a criança lhe pedia carne e ele não tinha como comprar.
Casos como esse não poderiam acontecer. Crianças não deveriam nascer deficientes por conta da fome. Me pergunto: até quando?
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