Após
o término da primeira guerra mundial os Estados Unidos assumiram o poder econômico em
escala ampla no mundo, pois saiu da condição de devedor a credor das grandes
potências internacionais, desenvolvendo assim sua economia através de
empréstimos tanto a vencedores como a vencidos na guerra. Desta forma ao mesmo
tempo que emprestava dinheiro aos países envolvidos na guerra, também vendia
seus produtos, fazendo com que sua população ascendesse socialmente e
economicamente.
Contudo,
com o passar do tempo a normalidade volta aos países atingido pela primeira
grande guerra, fazendo com que a necessidade de importação diminua, causando
assim um acumulo de produtos nos Estados Unidos. Isto aconteceu porque os
Americanos insistiram em produzir aos mesmos padrões do período da guerra,
momento em que a Europa estava praticamente estagnada devido ao envolvimento na
guerra e, onde era grande a carência de produtos como: gêneros alimentícios,
combustível entre outros.
Como
a Europa se restabelece e a necessidade de produtos americanos diminui, isto
faz com que a crise no país americano se inicie, já que, o excedente não tem
para onde ser escoado tendo em vista que o consumo interno não dará conta da
produção, além do desequilíbrio gerado pelo capitalismo sem controle onde a
distribuição da riqueza era desigual, pois os salários dos trabalhadores não
acompanhavam os lucros dos empresários. Junto a isto, soma-se as dívidas dos
produtores que não conseguiam vender seus produtos, fazendo com que se
afundassem em dívidas.
A
prosperidade americana tem seu marco de rompimento em 1929, quando a bolsa de
Nova York quebra e causa a grande depressão. A partir de então começa o
aprofundamento da crise que irá atingir os principais países ao redor do mundo,
pois o dinheiro que fora emprestado à Europa tem seu repatriamento pelos
credores americanos e a quebradeira é geral, causando um estrago profundo nos
países que tinha relações econômicas com os Estados Unidos. Neste contexto,
quem tivesse relacionamento comercial com esses países não estaria livre da
crise como no caso do Brasil que exportava sua produção de café e foi atingido
pela retração econômica. Vale a pena ressaltar que neste momento a União
Soviética não é atingida pela crise, causando a impressão que o socialismo é
superior ao capitalismo, mas isso é outro assunto que não vamos tratar no
momento.
O
advento da crise causa uma insatisfação geral nos países envolvidos, dando
margem ao aparecimento de governos autoritários em combate ao liberalismo,
tanto econômico como político. Com a população sendo atingida pela crise e
clamando por solução, abre-se caminho para o fascismo que aproveita o anseio
das pessoas para suplantar o liberalismo e pôr em pratica suas ideologias
baseadas na nacionalidade exacerbada, fazendo com que o racismo floresça dando
origem à ideia da superioridade de raças, onde o outro não tem vez e nem a
possibilidade de se transformar, como no caso dos Judeus que não poderiam se
tornar alemães.
Tendo
como principal discurso a coesão nacional, pois para o fascismo não interessa o
indivíduo e sim o coletivo em que a sociedade funciona como um grande corpo em
harmonia mútua, por isso o liberalismo é visto como algo ruim causando demandas
pessoais e fazendo com que a coletividade caia em desgraça. Neste modelo de política
não espaço para a luta de classes, já que o Partido é quem controla as
negociações entre patrões e empregados e, estes devem aceitar as normas em nome
da harmonia social. O fascismo que serviu de modelo para os demais países foi o
Italiano. Neste pais surgiu como símbolo de união, pois significa um feixe de
varas amarradas e que juntas não poderiam ser quebradas facilmente, ganhando o
campo político após a primeira guerra mundial, embora os ideais já fizessem
parte dos italianos no final do século XIX, simbolizando a justiça e a
igualdade.
Para
o fascismo o liberalismo foi a causa do mal que estavam passando. Neste sentido
não há espaço para liberdade pessoal e partidária. Este fenômeno esteve
presente em vários países, embora não se trabalhe tanto a sua importância como
na Itália e Alemanha. O fascismo é um acontecimento a-histórico, pois ideais
fascistas pairam nas sociedades ainda nos dias atuais, haja vista a palavra
neofascista que pode ser encontrada com bastante frequência na
contemporaneidade.
O
fascismo é um movimento autoritário, porém nem todo autoritarismo é fascismo.
Para conceituar o fascismo devemos atentar para algumas peculiaridades, como
exemplo temos a sua ideologia voltada para a estrema direita, contudo não é uma
direita tradicional, os fascistas tinham características distintas que os fazia
ser diferentes como o diálogo com as massas, coisa que a direita tradicional
não sabia fazer.
O
fascismo trouxe um certo alento a população por algum tempo. Na Alemanha, por
exemplo, trabalhadores começaram a gozar de alguns privilégios que antes não
tinham, embora tudo fosse controlado pelo partido, pois um mero ajuntamento de
pessoas para o futebol não era bem visto se não fosse comunicado antes ao
partido. Porém com o tempo entrou em ruina e o seu final acabou com a morte de
seus principais lideres desenvolvedores. Na Itália Benito Mussolini foi
capiturado e morto em 1945, depois seu corpo foi apresentado em praça pública
para que as pessoas tivessem a oportunidade de agredi-lo e, na Alemanha Hitler
sentindo que teria o mesmo fim tratou de cometer suicídio após saber que seu
plano de expansão imperial chegaria ao fim quando seu exército foi derrotado
pelas forças aliadas na segunda grande guerra em 1945.
Este
são alguns exemplos do surgimento e do caminho que percorreu o fascismo ao
longo do entre guerras na Europa, mas isto não quer dizer que somente na
Alemanha e Itália houveram este tipo de administração política, embora os
estudos históricos tenham esses dois como modelo para aplicar a outros países.
Portugal, Espanha e França também tiveram características fascistas, embora a
França se defenda dizendo que foi por causa da invasão que sofrera da Alemanha,
mas isto não quer dizer que não tivesse pessoas com ideais fascistas em seu
território.
O
fascismo soube muito bem usar os anseios da população em seu benefício, basta
perceber que os líderes desse movimento chegaram ao poder de forma legal e com
apoio da população, porém com o passar dos tempos o que era esperança se
transformou em show dos horrores, onde quem não concordasse com o líder
fascista era eliminado fosse ele opositor ou aliado, assim como quem não se
encaixasse nos padrões fascistas também seriam eliminados como no caso dos
Judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo deficientes físicos foram parar em
campos de contração na Alemanha em nome do eugenismo e da superioridade daquele
povo.
Bibliografia:
ARRUDA, José j. de Andrade. A crise do
capitalismo liberal
SILVA,
F. C. T. Os fascismos
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